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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Pecuaristas lançam campanha contra desmate no município de Juara

Pecuaristas do município de Juara (709 quilômetros ao norte de Cuiabá), no Mato Grosso, lançaram ontem, a campanha “Desmatamento Ilegal Zero”. Os organizadores estão orientando colegas criadores a não abrirem novas áreas sem autorização (...)

Pecuaristas do município de Juara (709 quilômetros ao norte de Cuiabá), no Mato Grosso, lançaram ontem, a campanha “Desmatamento Ilegal Zero”. Os organizadores estão orientando colegas criadores a não abrirem novas áreas sem autorização na floresta, a não fazer derrubada de juquira (conhecido como capoeirão - onde começa a regeneração da floresta e que precisa de autorização para ser derrubado -), e tão pouco a extrair madeira sem manejo florestal e não fazer queimadas.



A iniciativa, de cunho inédito, tem peso para o Estado. Mato Grosso que detém o maior rebanho bovino do Brasil, com 28,7 milhões, tem em Juara a maior concentração municipal, a cidade detém um plantel de mais de 1 milhão de cabeças.

Segundo dados do levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Indea, das 3.950 propriedades rurais, 70% possuem até 300 cabeças de gado, 19% das fazendas até mil cabeças, em 9% até 3 mil animais e apenas 2% acima de 3 mil. Segundo criadores da região as propriedades de pequeno porte já estão com suas áreas consolidadas, sem necessidade de novas aberturas.

“Juara é a capital do boi legal e vamos mostrar que produzimos de forma sustentável e trabalhamos de forma legal, sem destruir o meio ambiente”, avisa o produtor e vice-presidente da Associação dos Criadores do Vale do Arinos (Acrivale), Fernando Conte. Ele acrescenta que “nosso compromisso é de desmatamento ilegal zero, sem tolerância, uma iniciativa que vai garantir o futuro de nossa atividade e a preservação do meio ambiente”.

A campanha, lançada simultaneamente em Cuiabá e Juara, será desenvolvida numa parceria entre a Acrivale, o Sindicato Rural de Juara e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Além de panfletos e cartazes que serão distribuídos, o pecuarista também irá receber a orientação durante a entrega do comunicado de vacinação contra a aftosa nos postos do Instituto de Defesa agropecuária (Indea/MT). “Será feita uma campanha corpo-a-corpo com o produtor rural, que já está bem consciente aqui na região do Arinos de não abrir novas áreas sem autorização”, disse o presidente da Acrivale, Sebastião Piovezan. O presidente do Sindicato Rural de Juara, Orivaldo Bezerra, disse que o produtor que não participar da campanha “não vai poder chorar depois pedindo socorro ao sindicato”.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, disse que “a associação apoia o exemplo e a iniciativa dos produtores de Juara e esperamos que sejam seguidos por todos os pecuaristas”. Vacari lembra que o pecuarista vem fazendo sua parte no que diz respeito a preservação ambiental e que a abertura de novas áreas tem sido evitada. Segundo o Imea, o desmatamento evitado nos últimos 15 anos, por investimentos feitos pelos produtores, foi de 16,8 milhões de hectares em Mato Grosso “e isso mostra que produzimos com responsabilidade”.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Alexander Maia, disse que “este é um momento extremamente importante e representativo para Mato Grosso, onde o produtor toma a iniciativa de lançar essa campanha de desmatamento ilegal zero, pois este é também o objetivo de todos nós”. Maia falou que “são iniciativas como esta, dos produtores de Juara, que fizeram com que de 2004 a 2010, Mato Grosso reduzisse em 93% o desmatamento e esperamos que este exemplo venha a ser seguido por todo setor produtivo”.

O diretor da Acrimat, Julio Rocha, ressaltou que a Acrimat vem realizando um trabalho intenso junto ao produtor com o objetivo de levar informações que provoquem melhorias e crescimento para o setor produtivo. “Essa campanha será levada aos pecuaristas de todo Estado e podem ter certeza que a Acrimat não vai tolerar, nem encobrir, ações isoladas de pessoas que não tem nenhum compromisso com a produção sustentável”, ponderou Rocha. Com informações do Diário de Cuiabá e da Acrimat.

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