O governador de Mato Grosso,Blairo Maggi, concedeu entrevista ao deputado federal Mendes Thame, que vai ao ar neste domingo (11), às 20h30, no programa “Viver Sustentável”, da Rede Vida de Televisão. Blairo Maggi falou sobre a assinatura do protocolo da moratória da carne entre os frigoríficos Marfrig, Bertin, JBS-Friboi e Minerva e a ONG Greenpeace. Como convidado e testemunha, o governador também assinou o pacto bilateral que defende a preservação ambiental, e o compromisso dos empresários do setor frigorífico pelo rompimento de seus contratos com fornecedores de carne, caso os fornecedores diretos e indiretos tenham desmatado a Amazônia.
Nesse documento foram definidos requisitos mínimos que todo fornecedor de carne deverá seguir a partir da data da assinatura, (dia 05 de outubro), sob pena de ter seus contratosdesfeitos com os frigoríficos que assinam o pacto. Assinaram o termo de compromisso para estabelecer critérios para a carne produzida em áreas desmatadas e de preservação ambiental no Estado, Márcio Molina, presidente da Marfrig, José Batista Júnior, da JBS Friboi, o vice-presidente da Bertin, Fernando Falcon, e o presidente do frigorífico Minerva, Antonio Vilela, e afirmaram a disposição em colaborar com a responsabilidade ambiental aliada à produção.
Na entrevista ao Programa "Viver sustentável", Blairo Maggi afirmou que a garantia do cumprimento desse compromisso assinado pelos empresários, deverá ser verificável, monitórável e reportável. Para isso, o governo do Mato Grosso vem investindo no monitoramento da devastação e já se comprometeu a garantir imagens de satélite e cadastramento ambiental das propriedades rurais do Estado, a partir do programa MT Legal. "O Estado de Mato Grosso está preparado, oferecendo monitoramento por imagens de satélite, mas é preciso uma parceria da iniciativa privada com o governo porque ele não consegue bancar sozinho o que a sociedade deseja e necessita", avaliou o governador.
Ao responder sobre a sua assinatura como testemunha no acordo, admitiu que houveram constantes mudanças no mercado, e que não tem dificuldade em também mudar, em se transformar para atender as atuais exigências de atendimento à cadeia produtiva da carne com sustentabilidade por parte dos consumidores e dos exportadores. Mas ponderou que, nos Estados brasileiros onde a pecuária avançou mais, como Mato Grosso, Pará e Rondônia, é difícil fazer com que o pecuarista deixe de desmatar sem que se ofereça a ele e a sua família garantia de sustento. "Os serviços ambientais de quem vive na floresta devem ser recompensados. Ë imprescindível, e precisamos colocar o REDD na pauta das discussões sobre crédito de carbono". Segundo ele, os proprietários que se comprometem a não derrubar a floresta existente dentro dos 20% de seu imóvel que, pela lei, podem ser desmatados, deveriam receber por essa ação. "No meu entendimento, isso se transforma em um assunto de extrema urgência e relevância. Quem tem o direito de usar 20% de sua propriedade precisa ter a opção de transformar isso em atividade econômica tradicional ou moderna, preservar o meio ambiente, mas receber por isso. Se a proposta for vitoriosa em dezembro, em Copenhague, vai ser um grande impulso para o desmatamento zero na Amazônia", pontuou
O governador também defendeu que seja facilitado o crédito voltado a tecnologias que permitam o aumento da produtividade, sem a necessidade de ampliação das áreas onde é realizada a produção. O governador Blairo Maggi destacou ainda a neessidade de que produtores rurais tenham uma compensação financeira pelas áreas do bioma amazônico que não serão mais desmatadas e tornar viável o cumprimento das exigências dos maiores frigoríficos do País. "É preciso buscar uma alternativa principalmente para os pequenos pecuaristas, que no MT representam 75% do total".
O Programa Viver Sustentável, é apresentado pelo Deputado Federal Mendes Thame todos os domingos, às 20h30, na Rede Vida de Televisão, no canal aberto UHF 33 em Cuiabá, SKY – canal 21.
