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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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China alardeia apoio de vários países para boicote ao Nobel

A China declarou nesta terça-feira que a maioria dos países apoia o boicote à cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo, marcada para sexta-feira em Oslo. No entanto, a Noruega, o país anfitrião, disse que poucos decidiram não participar.


Segundo a porta-voz da chancelaria chinesa, Jiang Yu, mais de cem países e organizações prometeram se ausentar da premiação de Liu, um dissidente que o governo chinês qualifica como subversivo e criminoso.

Jiang disse que esses boicotes 'mostram plenamente que a comunidade internacional não aceita a decisão do Comitê do Nobel'. Ela não quis citar os países que teriam aceitado o boicote.

Em outubro, quando foi divulgado o Nobel da Paz a Liu, a China disse que o prêmio era uma 'obscenidade' e ameaçou com retaliações diplomáticas à Noruega. Pequim vem desde então pressionando outros países a não enviarem representantes à premiação.

Mas o Comitê Norueguês do Nobel afirmou que apenas 19 países, inclusive a própria China, decidiram se ausentar. O Comitê costuma convidar apenas diplomatas estabelecidos em Oslo.

Liu, que cumpre pena de 11 anos de prisão por ter participado de um manifesto pró-democracia, e a esposa dele, que está sob prisão domiciliar, não poderão comparecer a Oslo, a exemplo de outros ativistas ligados ao casal. Por isso, é possível que ninguém apareça para receber a medalha e o cheque de 1,5 milhão de dólares.

Será, portanto, a primeira vez desde 1935 que um ganhador do Nobel, estando preso, não será representado na cerimônia. A última vez que isso aconteceu foi quando a Alemanha nazista proibiu a viagem do militante pacifista Carl von Ossietzky.

Segundo o Comitê do Nobel, os outros países que recusaram o convite foram Rússia, Cazaquistão, Colômbia, Tunísia, Arábia Saudita, Paquistão, Sérvia, Iraque, Irã, Vietnã, Afeganistão, Venezuela, Filipinas, Egito, Sudão, Ucrânia, Cuba e Marrocos.

'Uma das razões (para tais ausências) é indubitavelmente a (pressão exercida pela) China', disse à Reuters Geir Lundestad, secretário-executivo do Comitê Nobel.

Segundo ele, a alegação chinesa de que a maioria dos países não irá participar é 'uma forma muito curiosa de colocar as coisas', já que apenas os 65 países que possuem embaixadas na Noruega foram convidados.

Ele afirmou que 44 embaixadas já confirmaram presença, inclusive de grandes países emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, além de Coreia do Sul, Indonésia e Japão.

Argélia e Sri Lanka, segundo ele, não responderam.

Depois da concessão do Nobel a Liu Xiaobo, a China deteve dezenas de ativistas ligados a ele, e vários outros foram proibidos de deixar o país, como o artista plástico Ai Weiwei, aparentemente porque o governo temia que algum deles tentasse chegar à Noruega para representar Liu.

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