Os estados federados alemães manifestaram interesse em participar da decisão da chanceler Angela Merkel sobre o blecaute nuclear, e propõem um encerramento gradual das nove usinas ainda em funcionamento ao invés do desligamento em cascata, proposto pela ministra.

Os líderes dos 'Länders', em uma reunião realizada nesta sexta-feira antes da aprovação do plano por parte do Governo - na segunda-feira, discutiram uma elaboração de um calendário de fechamentos graduais das usinas, tal como foi aprovado em 2000 no Governo de Gerhard Schröder.

"É uma forma de garantirmos que desta vez estaremos diante de um plano e um calendário irreversíveis", afirmou a primeira-ministra do Estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, Hannelore Kraft, após a reunião na Chancelaria dos líderes dos 'Länders' com Merkel.

Com esta proposta, que deve ser cumprida a partir 2015, os estados alemães impuseram que a chamada "reserva fria", destinada a garantir o abastecimento para os próximos invernos enquanto são desenvolvidas alternativas renováveis, fique a cargo de energias convencionais - como o gás e o carvão.

A reunião desta sexta-feira foi convocada para adquirir o consenso necessário a fim de que a lei seja aprovada pelo Bundesrat (a Câmara Alta), onde a coalizão de centro-direita da chanceler não tem a maioria.

Merkel e seus parceiros liberais fecharam um acordo na semana passada que visa um novo plano energético, segundo o qual haveria um desligamento em cascata da maioria dos reatores ainda em funcionamento em 2021, enquanto o último encerraria em 2022.

Atualmente, 20% da energia elétrica do país procede de usinas atômicas e o conceito energético defendido pela chanceler prevê que, até 2022, esta porcentagem seja substituída pelas renováveis.