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Sábado, 28 de setembro de 2024

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Após negociações, Líbano forma novo governo

O primeiro-ministro designado no Líbano, Najib Mikati, anunciou nesta segunda-feira, depois de cinco meses de árduas negociações, um novo governo de 30 ministros dominado pelo poderoso Hezbollah xiita e seus aliados, em especial o cristão Michel Aun.


O grupo dispõe, agora, de maioria nas pastas (19), e o restante (11) foi repartido entre partidários do presidente da República, Michel Suleiman, de Mikati, e do líder druso Walid Jumblatt, considerados "neutros".

O novo gabinete é boicotado pelo grupo do ex-primeiro-ministro Saad Hariri, parlamentar minoritário da oposição.

Em 12 de janeiro, o Hezbollah e seus aliados haviam retirado seus ministros do governo de união de Saad Hariri, em meio a tensões relacionadas com o tribunal da ONU encarregado da investigação sobre o assassinato do ex-premier Rafic Hariri, pai de Saad.

Apesar de nomeado graças aos deputados no campo do Hezbollah, Mikati recusou se apresentar como "o homem do Hezbollah", mostrando sua autonomia política ante as pressões.

Dos 19 postos da coalizão do Hezbollah (entre eles Justiça, Defesa e Relações Exteriores), dois são para o partido xiita e os outros 17 para seus aliados.

O presidente sírio, Bashar al Assad, que enfrenta um movimento sem precedentes contra seu regime, felicitou imediatamente o Líbano, onde a antiga potência tutelar continua exercendo sua influência através do Hezbollah.

"Esteja no poder ou na oposição, é o governo de todos (...). Este governo será o de todo o Líbano, e trabalhará para todos os libaneses", afirmou Mikati.

"Superamos os obstáculos e vamos começar a trabalhar imediatamente", completou.

As negociações continuaram até o último minuto, já que o Hezbollah não aprovava os nomes propostos por Mikati.

Pouco depois de se anunciar a composição do executivo, um aliado do partido xiita, o deputado druso Talal Arslan, surpreendeu ao apresentar sua demissão.

O deputado mostrou seu desacordo por não ter recebido uma pasta soberana, e acusou o primeiro-ministro, sunita, de tratar as minorias religiosas de forma "inapropriada".

O sistema libanês é baseado em quotas comunitárias para garantir um delicado equilíbrio entre as 18 confissões cristãs e muçulmanas do país.

O partido xiita, que espera ser acusado do assassinato de Hariri pelo Tribunal Especial para o Líbano (TSL), pediu a Hariri em vão que desautorizasse essa instância.

O tribunal será um dos principais desafios do novo governo, já que a ata de acusação é esperada para este ano.

No entanto, os partidários do Hezbollah dispõem da pasta-chave da Justiça.

O novo executivo não inclui nenhuma mulher. No gabinete anterior, uma ministra era titular da pasta de Finanças.

O novo ministro de Relações Exteriores, o xiita Adnan Mansur, foi, no passado, embaixador no Irã.
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