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Sexta-feira, 05 de julho de 2024

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Novo chefe da al-Qaeda não tem o carisma de Bin Laden, diz Gates

O novo chefe da rede terrorista da al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, terá que se deparar com um "certo número de desafios" para impor sua autoridade à organização, porque não tem o "carisma" de Osama bin Laden, afirmou nesta quinta-feira (16) o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.


O egípcio foi nomeado chefe da al-Qaeda em substituição a Osama bin Laden, fundador da rede terrorista, morto em maio durante operação militar americana no Paquistão, informou a organização terrorista em comunicado publicado nesta quinta em portais islamitas na internet.

“O comando geral da al-Qaeda anuncia, depois de consultas, a designação de Ayman al Zawahiri a frente da organização”, diz texto firmado pelo comando geral da rede .

Número 2 da rede terrorista durante muito tempo, o médico de uma proeminente família egípcia trabalhou ao lado de Bin Laden por décadas.

Zawahiri, que completa 60 anos no domingo, é apontado como um dos reponsáveis pela formação ideológica, pelas táticas e pelas habilidades organizacionais da al-Qaeda.

É também tido como o líder por trás do uso dos primeiros atentados suicidas e células independentes, que se tornaram uma marca da rede.

Braço direito de Bin Laden, ele prometeu este mês seguir adiante com a campanha da rede contra os Estados Unidos e seus aliados.

"A liderança geral do grupo al-Qaeda, depois da conclusão das consultas, anuncia que o xeque Dr. Ayman al-Zawahiri, que Deus lhe dê sucesso, assumiu a responsabilidade pelo comando do grupo", disse em um comunicado o website islâmico Ansar al-Mujahideen (Seguidores dos Guerreiros Sagrados).

Depois da morte de Bin Laden por comandos dos Estados Unidos no Paquistão, há 45 dias, Zawahiri vinha sendo apontado como seu sucessor mais provável. Bin Laden era responsabilizado pelos ataques de 11 de setembro em Nova York.

O paradeiro de Zawahiri é desconhecido, embora se acredite há muito tempo que ele esteja escondido entre o Afeganistão e o Paquistão. Os Estados Unidos estão oferecendo uma recompensa de US$ 25 milhões a quem der informações que conduzam à sua captura.

O ex-funcionário do setor de inteligência dos EUA Robert Ayers também disse que "falta carisma" a Zawahiri.

"Ele é um burocrata cinzento, não um líder que possa energizar e unir as tropas. A única coisa que sua promoção conseguirá é elevar sua prioridade como alvo dos EUA."

Sajjan Gohel, da consultoria de segurança da Asia-Pacific Foundation, disse que na prática Zawahiri era havia muitos anos o chefe da al-Qaeda, mas não tinha a presença de Bin Laden e sua 'habilidade de unificar as diferentes facções árabes no grupo'.

Outros analistas o veem como uma figura mais talentosa.

O jornalista Abdel-Bari Atwan, que trabalha em Londres e entrevistou Bin Laden em 1996, afirmou que Zawahiri era o "cérebro operacional" por trás da al-Qaeda, respeitado, em parte, por ser o mais próximo assessor escolhido por Bin Laden.

"Ele conseguiu transformar a al-Qaeda de uma pequena organização voltada para a expulsão dos interesses dos EUA na Arábia Saudita em uma organização mundial. Os homens que ele levou para a al-Qaeda, de seu grupo, a Jihad Islâmica egípcia, mostraram ser os instrumentos que impulsionaram a al-Qaeda internacionalmente."

Zawahiri conheceu Bin Laden em meados dos anos 1980 quando ambos davam apoio às guerrilhas que combatiam os soviéticos no Afeganistão. Ele é de uma família da classe alta do Cairo e tem formação como médico e cirurgião.

"Um sucessor valioso para um grande antecessor. Nós pedimos a Deus que dê a você e a seus soldados sucesso para a vitória do Islã e dos muçulmanos, e para levantar a bandeira da religião", escreveu no website um participante de outra página islâmica na Internet, a As-Ansar.
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