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Domingo, 30 de junho de 2024

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Governo grego elevará mais impostos para poder receber novo pacote de resgate

O governo grego elevará mais uma vez os impostos para poder receber mais ajuda da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu, o que elevou a tensão social no país e despertou a ira dos sindicatos, que convocaram uma nova greve geral para o dia em que o Parlamento votará o novo programa de ajuste.


Em entrevista coletiva concedida durante um recesso das negociações com as três instituições, conhecidas como a "troika internacional" em Atenas, o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, anunciou nesta quinta-feira os detalhes do projeto de lei com as novas medidas, aprovado nesta quarta-feira em Conselho de Ministros.

Venizelos afirmou que os esforços do governo socialista serão focados em reformar e tornar mais eficaz o sistema tributário, marcado por uma enorme evasão, e assegurou que o Estado não pretende cobrar mais taxas das camadas mais baixas da sociedade.

"Devemos demonstrar que somos confiáveis e que podemos recuperar a credibilidade", disse o novo ministro, que assumiu seu cargo na semana passada.

"Faremos um sistema tributário mais justo para reduzir a evasão de impostos", prometeu, em resposta à pressão dos parceiros comunitários que estão perdendo a paciência com a Grécia e sua incapacidade de controlar suas contas públicas.

Em vista do crescente descontentamento dos cidadãos e da oposição pelas medidas de austeridade, Venizelos acrescentou que o Executivo está buscando "fazer o melhor para os cidadãos e para o país".

O pacote de medidas está sendo definido em inúmeras reuniões com altos funcionários da UE, do Banco Central Europeu e do FMI, que se encontram nesta semana em Atenas.

A Grécia precisa apresentar um pacote de novas medidas para que a UE libere o último lance de 12 bilhões de euros que o país necessita para pagar salários e pensões em julho.

Caso contrário, entraria seguramente em falência em meados de julho, estimam os especialistas.

O novo plano prevê que o Estado reúna recursos mediante a arrecadação adicional de impostos e corte de gastos públicos de aproximadamente 28,3 bilhões de euros até 2015, dos quais 6,5 bilhões devem entrar neste mesmo ano.

Além disso, inclui a privatização de bens do Estado por outros 50 bilhões em quatro anos.

"Nossa recuperação se baseia no programa de privatizações, na participação do setor privado na compra da dívida grega segundo a iniciativa de Viena e em um novo resgate da UE e do FMI que está sendo estudando", disse Venizelos.

A iniciativa de Viena se refere a um modelo de resgate adotado em 2009, quando os bancos europeus se comprometeram a manter seus fundos nos países do Leste da Europa para evitar uma descapitalização.

Quanto a medidas concretas, Venizelos explicou que será criado um imposto extraordinário de solidariedade.

Para isso, será descontado 1% dos salários entre 12 mil e 20 mil euros, uma porcentagem que subirá gradualmente até 4% para as rendas superiores a 100 mil euros, enquanto deputados, prefeitos e outros altos funcionários pagarão 5%.

O patamar a partir do qual se começa a pagar impostos será reduzido de 12 mil para 8 mil euros anuais, mas aposentados e jovens de até 30 anos ficarão isentos.

Os trabalhadores autônomos, como advogados, eletricistas e encanadores - cerca de 550 mil pessoas - deverão pagar, além dos impostos normais, uma taxa adicional de 300 euros anuais.

Longe de apoiar o novo programa de ajuste, os sindicatos majoritários da Grécia convocaram para os próximos dias 28 e 29 a quarta greve geral deste ano, mobilização que coincidirá com o decisivo voto parlamentar sobre o novo pacote de austeridade.

"O governo e os credores estrangeiros continuam o ataque contra nossos direitos, apesar dos protestos maciços da sociedade grega", afirmaram em comunicado conjunto os sindicatos do setor privado (GSEE) e público (ADEDY).

Os sindicatos avaliam que as novas medidas "arrasarão" a sociedade e acusam o primeiro-ministro socialista, Giorgos Papandreou, de "vender a riqueza nacional, as empresas e os ativos".

O governo "insiste em implementar uma política econômica que leva aos trabalhadores à pobreza e que aumenta a recessão e o desemprego", concluíram os sindicatos, que recebem o apoio de grupos de "indignados" organizados via internet.
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