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Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

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Prisioneiro apanhou de militares em Guantánamo, diz Al Jazeera

Um chadiano prisioneiro da polêmica prisão americana de Guantánamo (Cuba) denunciou ter recebido maus-tratos dos militares, que o teriam golpeado e atacado com gás lacrimogêneo. A denúncia foi feita por telefone à rede de televisão do Qatar, Al Jazeera.


Mohamed al Quranni afirmou que as torturas começaram 20 dias antes de Barack Obama assumir como novo presidente dos Estados Unidos, em janeiro passado --dois dias depois de assumir, Obama decretou o fechamento da prisão em um prazo máximo de um ano.

Quranni afirmou ainda que os maus-tratos foram diários.

O site Al Jazeera internacional, a versão em inglês da rede de TV não explica como conseguiu entrevistar o prisioneiro, já que os EUA negam qualquer contato com jornalistas.

O prisioneiro se queixou ainda que Obama não fez nada para demonstrar efetivamente que a situação dos presos de Guantánamo, considerada um símbolo do desrespeito dos EUA aos direitos humanos, mudará.

Organizações de direitos humanos comemoraram a ordem de fechamento decretada por Obama, que proibiu ainda o uso de técnicas consideradas torturas pela CIA, a agência de inteligência americana.

Na entrevista, Quranni citou ainda um exemplo, ocorrido depois da mudança do governo dos EUA, no qual sofreu maus-tratos depois de negar-se a abandonar a cela porque não lhe garantiram o direito de relacionar-se com outros prisioneiros e comer "comida normal".

Segundo o prisioneiro, seis soldados com equipamento de proteção e cassetetes entraram em sua cela, com outro militar que levava bombas de gás lacrimogêneo.

"Eles tinham um bastão grosso de plástico ou borracha com o qual me golpearam. Jogaram duas latas de gás lacrimogêneo em mim", disse.

"Então me golpearam no solo, um deles segurava minha cabeça e a batia contra o solo", continuou. O prisioneiro conta ainda que os soldados se divertiam com a ação.

"Olhe o que ele está fazendo, olhe o que ele está fazendo", disse um. "Ele faz seu trabalho", respondeu outro.

Quranni conta ainda que quebrou um dente no episódio.

A Al Jazeera diz que pediu resposta do Pentágono e do Departamento de Justiça dos EUA. A única resposta que receberam, contudo, foi do porta-voz de Guantánamo, Brook Dewalt, que afirmou não haver documento que prove a autenticidade do incidente.
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