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Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

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Presidente do Irã pede direitos à jornalista dos EUA condenada

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu neste domingo garantias aos direitos da jornalista iraniano-americana Roxana Saberi, condenada a oito anos de prisão por espionagem. Esta é a primeira vez que Ahmadinejad tenta interferir em um caso judicial desde sua eleição em junho de 2005.


A sentença foi divulgada neste sábado, sob forte apelo da família e do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que afirmou estar "decepcionado". Saberi tem 20 dias para apelar da condenação, anunciada pelo tribunal revolucionário de Teerã.

O pedido de Ahmadinejad, também se aplica ao caso de Hossein Derakhshan --um blogueiro iraniano-canadense preso desde novembro no Irã-- foi feito em uma carta enviada pelo chefe do gabinete da presidência, Abdolreza Sheijoleslami, ao procurador de Teerã, Said Mortazavi.

"Diante da insistência do presidente, faça o necessário para garantir a justiça e a exatidão na análise das acusações contra estas pessoas", informa a carta assinada por Sheijoleslami. Como representante do Estado, o procurador de Teerã terá um papel chave na apelação.

"Preocupe-se com que os detentos disponham de todos os direitos legais para se defender das acusações", informa o documento. O pai da repórter, Reza Saberi, denunciou que a filha foi enganada pelos investigadores para que confessasse, em troca da promessa, não cumprida, de ser liberada.

A jornalista, colaboradora da rádio pública americana NPR, da BBC britânica e do canal de televisão americano Fox News, foi detida inicialmente em janeiro por comprar bebida alcoólica, o que é proibido na República Islâmica.

Histórico


Nascida nos Estados Unidos, Saberi mora no Irã desde 2003 e tem dupla-nacionalidade, o que o Irã não considera. As autoridades de Teerã retiraram a credencial de imprensa dela em 2006.

A condenação de Saberi ocorre em um momento delicado das relações entre EUA e Irã. Os dois países romperam ligações após a revolução islâmica (1980), que tirou do poder o xá Mohamad Reza Pahlevi --aliado do Ocidente-- e instaurou o regime dos aiatolás.

Após tomar posse no começo deste ano, o governo de Barack Obama vem agindo para tentar retomar o diálogo com o país. Na semana passada, os EUA convidaram o Irã para participar de uma reunião a respeito do programa nuclear do país. A postura é o extremo oposto da de George W. Bush (2001-2008), que considerava o Irã líder do 'eixo do mal' --grupo de países que, conforme ele, fomentava o terrorismo.
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