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Quinta-feira, 03 de outubro de 2024

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Gaddafi promete resistir; premiê alerta sobre divisões

A voz de Muammar Gaddafi ecoou na quinta-feira a partir do seu esconderijo, negando que ele tenha fugido da Líbia e amaldiçoando como 'ratos' e 'cães vadios' os membros do governo provisório que substituiu o seu regime.


O chefe do governo provisório, que chegou a Trípoli pela primeira vez desde a queda de Gaddafi, celebrou a vitória, mas alertou seus aliados de que 'o tirano' ainda não está eliminado, e que disputas entre facções podem ser uma nova ameaça ao país.

'Este é um estágio em que precisamos nos unificar e estarmos juntos', disse o premiê interino Mahmoud Jibril, lembrando que, duas semanas depois da conquista da capital pelos rebeldes, Gaddafi ainda têm bastiões de apoio. 'Quando a batalha tiver terminado (...) o jogo político poderá começar', afirmou.

'Se descobrimos que não estamos num terreno comum, então irei me retirar e deixarei aos outros que sejam mais capazes de participar dessa experiência', acrescentou.

Antes, Gaddafi disse pela emissora síria de TV Arrai, numa transmissão anunciada como sendo ao vivo: 'Não iremos deixar nossa terra ancestral (...). Os jovens agora estão prontos para ampliar a resistência contra os ratos em Trípoli e para acabar com os mercenários. Nosso resoluto povo líbio: a terra líbia é sua. Os que tentam tirá-la de vocês são intrusos, são mercenários, são cães vadios.'

Comprovando que ele ainda tem apoiadores, foguetes Grad foram disparados de Bani Walid, cidade no deserto, ao sul de Trípoli, que está cercada pelas forças do novo governo e se recusa a se render. Os inimigos de Gaddafi acreditam que haja cerca de 150 combatentes na resistência, e alguns dizem que o próprio ex-governante pode estar na cidade.

Dois partidários de Gaddafi foram mortos, e um integrante das forças sitiadoras ficou ferido em escaramuças durante a noite. Mas um porta-voz do Conselho Nacional de Transição (CNT) disse que suas forças respeitarão a trégua oferecida até sábado, para que haja tempo para a negociação de uma rendição de Bani Walid e de Sirte, cidade natal de Gaddafi, no litoral.

Moradores que fugiram de Bani Walid disseram que partidários de Gaddafi estão intimidando a população, e que começam a faltar mantimentos.

Nesta semana, surgiram suspeitas de que Gaddafi teria escapado para o Níger em um comboio de veículos militares que atravessou o deserto. Mas Gaddafi desmentiu tal hipótese. 'Essa não é a primeira vez que comboios entram e saem do Níger', disse ele à TV síria.

Governos ocidentais têm sugerido que não estão interessados em ajudar na caçada a Gaddafi, ou mesmo que não teriam condições de vigiar o vasto deserto líbio.

Além disso, o embaixador dos EUA na Otan, Ivo Daalder, disse que a captura do ex-governante pode não significar o final do conflito. 'Não está claro que, se ele for retirado, toda a coisa (sua resistência) iria necessariamente desmoronar; simplesmente não sabemos isso.'
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