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Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

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Mandela vota em eleição que será teste a seu partido na África do Sul

Foto: Themba Hadebe/AP

Mandela vota em eleição que será teste a seu partido na África do Sul; previsão é de que 23 milhões de eleitores participem do pleito

Mandela vota em eleição que será teste a seu partido na África do Sul; previsão é de que 23 milhões de eleitores participem do pleito

O primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, 90, votou nesta quarta-feira na quarta eleição geral organizada no país desde o fim do regime separatista apartheid em 1994. A votação começou às 7h (2h no horário de Brasília) em todo o país, onde mais de 23 milhões de eleitores estão convocados às urnas.


O partido de Mandela, Congresso Nacional Africano (CNA, na sigla em inglês), manteve a hegemonia política na África do Sul nos últimos 15 anos e, segundo as pesquisas de intenção de voto, deve vencer a eleição presidencial.

Contudo, o CNA deve enfrentar dificuldades para garantir a maioria --dois terços-- no Parlamento sul-africano, necessária para a governabilidade do novo presidente. Na oposição, estão a já tradicional Aliança Democrática e o Congresso do Povo (Cope, na sigla em inglês), um novo partido formado por dissidentes do CNA e correligionários do ex-presidente Thabo Mbeki.

Ex-presidente sul-africano Nelson Mandela acena após depositar seu voto nas eleições
Na atual Assembleia Nacional, o CNA conta com 279 deputados (69,75%), enquanto a Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) tem 50 cadeiras (12,50%), o Partido Inkhata da Liberdade (IFP, em inglês) possui 28 (7%) e os demais da oposição somam 43.

Ícone da luta contra o apartheid, Mandela entrou no local de votação com a ajuda de um político local e foi recebido com gritos e aplausos pela multidão. Ele respondeu com acenos antes de depositar a cédula na urna.

O Prêmio Nobel da Paz apareceu publicamente no domingo passado (19) para apoiar o CNA em um comício ao lado do polêmico líder do partido, Jacob Zuma, o favorito para ser o próximo presidente.

Zuma, 67, votou às 11h45 (6h45 no horário de Brasília), cercado por seguranças, em sua localidade natal de Nkandla, na Província de Kwazulu Natal. Zuma, que não respondeu as perguntas dos jornalistas, fez uma declaração na qual se mostrou confiante na vitória do CNA, após uma "boa campanha", e disse que, desde jovem, "sabia que este dia chegaria".

Mbeki, destituído em setembro do ano passado, também votou em Johannesburgo, no bairro de Parktown, onde disse que "só Deus sabe quem ganhará estas eleições". Ele manteve silêncio durante a campanha.

O atual presidente do país e vice-presidente do governante CNA, Kgalema Motlanthe, que substituiu Mbeki quando foi destituído, votou em Pretória e incentivou os cidadãos a realizar o mesmo para "fazer parte da história e do governo do país".

A líder da DA, o principal partido da oposição, Hellen Zille, votou na Cidade do Cabo, onde é prefeita, e afirmou que seu partido "confia em ser a primeira força da província" de Cabo Ocidental, que ela pretende governar.

Números

Os quase 20 mil centros eleitorais distribuídos por todo o país, com 97 mil urnas e mais de 215 mil agentes, receberão os votos para a eleição dos 400 membros da Assembleia Nacional, que depois designa o presidente da África do Sul, e as câmaras legislativas e administrações das nove províncias sul-africanas.

Logo após o início da votação, as emissoras de TV locais mostraram imagens de diversos pontos do país onde os cidadãos começavam a definir o futuro político do país, e em alguns colégios era possível observar que já havia filas para votar.

Mais de dez mil candidatos de 42 partidos políticos se apresentam às eleições, mas somente 11 legendas participam tanto do pleito nacionais como dos de todas as províncias.

Para estas eleições, foram rodadas 53 milhões de cédulas, que pesam 450 toneladas, e estão disponíveis 120 mil frascos de tinta indelével, usadas para marcar os dedos do eleitores e impedir que possam votar mais de uma vez.

O pleito sul-africano será acompanhado por 4.900 observadores nacionais, 355 internacionais e 358 diplomatas, de 61 Embaixadas. A Polícia e o Exército serão responsáveis pela segurança durante o dia, no qual haverá "tolerância zero" para os infratores nos centros eleitorais, segundo o capitão Dennis Adriao, porta-voz policial.

O país terá de "esperar até o sábado (25) ou o domingo (26) para poder conhecer os resultados oficiais das eleições", disse a presidente da Comissão Eleitoral Independente (CEI), Pansy Tlakula, mas os resultados parciais começarão a ser divulgados nesta quinta-feira.
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