O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, visitou nesta segunda-feira uma zona fronteiriça com a Venezuela que foi atacada nos últimos dias pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e pelo Exército de Libertação Nacional (ELN). No local, ele desafiou os chefes das Farc e do ELN "a ter a coragem de voltar ao país".

"Seria muito bom que bandidos como Grannobles [apelido de Germán Briceño], Antonio García, Pablo Beltrán [chefes do ELN]... Ivan Márquez [das Farc] e companhia tenham a coragem de voltar ao país. Aqui estamos esperando esses bandidos", disse. Uribe realizou um conselho de segurança na cidade de Tibú, no departamento de Norte Santander, para analisar a situação da ordem pública após os ataques das Farc nos últimos dias a essa zona.

No início deste mês, a rádio RCN, de Bogotá, noticiou que ao menos nove integrantes do Estado-Maior Central das Farc estariam refugiados na Venezuela e outros dois no Equador, atribuindo a informação a "organismos de inteligência do Estado".

Uribe afirmou ainda nesta segunda-feira que, durante o conselho de segurança, foi debatida a necessidade de melhorar os sinais de comunicação na zona e vincular as comunidades com a rede de voluntários da polícia. Além disso, examinou-se a necessidade de divulgar na área a política de recompensas para que os cidadãos denunciem as atividades das Farc e do ELN.

Greve

As Farc queimaram nesta segunda-feira um caminhão e duas motocicletas como parte da "greve armada" que decretaram no começo da semana passada nos departamentos de Meta e Caquetá, no sul do país, região que começa a sofrer com a falta de alimentos e mantimentos.

O secretário de governo de Caquetá, Edilberto Ramón Endo, assegurou nesta segunda-feira à emissora RCN que a ordem pública nessa região está alterada e que existem dificuldades para a mobilidade nas estradas do departamento. "A informação que temos é de que um veículo grande, um caminhão e duas motos foram incendiados. A guerrilha está agindo em vários trechos das estradas e é muito difícil para a polícia cobrir todos os pontos das rodovias", disse.

Endo informou que a presença militar foi reforçada nas duas principais rodovias da região, e que as autoridades temem agora um desabastecimento de alimentos. Localidades como La Macarena já sofrem com a falta de alimentos devido à greve armada convocada pelas Farc.

No fim de semana, a guerrilha queimou veículos de transporte público, matou um taxista que se negou a acatar a ordem de interromper o trânsito de uma das principais estradas da região e feriu os quatro passageiros que ele transportava, além de atear fogo em outros dois veículos que também não aceitaram interromper o trânsito local.

Durante as greves armadas, as Farc proíbem o deslocamento de veículos por estradas e restringem a mobilidade das pessoas durante a noite.