As forças de segurança de Israel impediram neste sábado os atos de celebração de Jerusalém como capital cultural do mundo árabe em 2009, e detiveram cerca de 20 palestinos que assistiam à comemoração. A cidade, de grande valor histórico e religioso, é um dos principais temas de disputa entre israelenses e palestinos.
Soldados e policiais israelenses proibiram a entrada na velha cidade de grupos de jovens que cantavam canções, carregavam bandeiras palestinas e pretendiam chegar à esplanada das mesquitas, no Monte do Templo.
As forças de segurança de Israel também impediram diversos atos programados em várias cidades da Cisjordânia para celebrar a escolha de Jerusalém como capital da cultural árabe este ano.
Em razão da proibição israelense, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o moderado Mahmoud Abbas, pronunciou um discurso no qual acusou o Estado judeu de praticar a "limpeza étnica" em Jerusalém.
Abbas disse que o objetivo de Israel é "mudar a composição demográfica da cidade" com o assentamento de população judaica, mas assegurou que essa política "não teve sucesso" e que Jerusalém continua sendo "o coração e a alma" do povo palestino.
Mas, apesar das críticas, o presidente da ANP afirmou que está disposto a retomar as negociações para a criação de um Estado palestino, suspensas desde a ofensiva militar israelense contra o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza. A operação, que durou 22 dias entre dezembro e janeiro, deixou ao menos 1.300 mortos.
Abbas pediu que o próximo governo israelense retome os contatos sob a fórmula de "dois Estados para dois povos".
O líder do partido conservador Likud, Binyamin Netanyahu, negocia para conseguir uma maioria parlamentar que lhe permita liderar o novo governo israelense, que segundo todos os indícios terá caráter de direita radical.