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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Mais de 120 já morreram em manifestações antigoverno em Madagáscar; veja cronologia

Ao menos 125 pessoas já morreram neste ano durante as manifestações lideradas pelo ex-prefeito de Antananarivo, Andry Rajoelina, contra o presidente Marc Ravalomanana. Após a morte de 25 manifestantes em frente ao palácio presidencial, no dia último dia 7 de fevereiro, a ministra da Defesa, Cécile Manorohanta, renunciou ao cargo. 


O presidente também teve de substituir o chefe das Forças Armadas, em um sinal de divisão das forças governamentais, e desde então, Rajoelina assumiu o comando dos militares. O líder acusa o governo de ignorar os problemas sociais e econômicos do país, em que mais da metade da população vive com menos de US$ 1 por dia.

Ravalomanana, que foi reeleito por grande margem em 2006, após uma eleição contestada em 2002, vê o ex-prefeito como testa-de-ferro de figuras políticas veteranas da oposição.

As próximas eleições presidenciais de Madagáscar estão previstas para 2011 e Rajoelina não poderá se candidatar, porque a Constituição exige que os chefes do Estado tenham ao menos 40 anos, e ele tem apenas 34.

Instabilidade

Com 20 milhões de habitantes, Madagáscar é conhecida pela sua fauna rara e pelo eco-turismo, mas também é uma das nações mais pobres da África.

Embora a ilha esteja a cerca de 400 km da costa africana, a maioria da população não tem origem no continente, mas descende de povos originários da Indonésia, localizada a cerca de 4.800 km ao leste, que chegaram ao território há mais de mil anos. A relação com os outros países africanos intensificou-se apenas depois do início do domínio francês sobre o país, que durou de 1896 a 1960.

Após a independência, a economia do país continuou em grande parte sob domínio francês, até que militares tomaram o controle do governo no início dos anos 70 prometendo instalar "um paraíso socialista sob proteção divina".

Como resultado da estatização da economia, as exportações caíram, a inflação subiu e o pagamento da dívida externa passou a consumir grande parte do orçamento, enquanto a agricultura nas áreas mais pobres regrediu para níveis de subsistência.

Em 1982, o país acabou aceitando ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional) e começou a implantar algumas reformas em contrapartida aos empréstimos. O movimento pendular entre o passado socialista e as reformas liberalizantes marcou a política da ilha desde então, com acusações frequentes de fraudes em privatizações e de entrega das riquezas nacionais a estrangeiros.

Desde a segunda metade da década de 90, as políticas liberais estão sendo seguidas de forma mais ou menos constante, com reflexo em um crescimento econômico gradual, mas a partir de níveis muitos baixos.

Após uma crise política em 2002, que se refletiu em uma queda de 12% no PIB, o atual presidente, Ravalomanana implantou reformas liberais que foram bem recebidas no exterior, e em 2004 o FMI e o Banco Mundial anunciaram o cancelamento de metade da dívida do país.

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