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Terça-feira, 06 de agosto de 2024

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Ditador da Líbia faz primeira visita à Itália em 40 anos

O ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, chegou a Roma nesta quarta-feira, na primeira visita à Itália desde que assumiu o governo em um golpe, há 40 anos. Gaddafi viaja acompanhado de empresários líbios que pretendem aumentar os investimentos na indústria italiana e pediu um encontro com mulheres italianas proeminentes nos campos dos negócios, da política e da cultura. Ele deverá fazer uma palestra para 700 mulheres na sala de concertos de Roma.


Em visita a Paris, em 2007, o líder líbio participou de um encontro semelhante, com mil convidadas, a quem ele disse que queria "salvar as mulheres europeias". 


Como costuma fazer em viagens internacionais, Gaddafi irá se hospedar na sua tenda beduína, que será montada nos jardins de uma mansão do século 17. Durante a sua visita de três dias, ele deverá encontrar o presidente e o primeiro-ministro italianos, Giorgio Napolitano e Silvio Berlusconi, com quem deve conversar sobre imigração ilegal.

Para a visita, a segurança foi reforçada em Roma. Grupos de esquerda contrários à política de imigração ilegal de Berlusconi --que tem apoio da Líbia--, que inclui interceptar e repatriar à força imigrantes que tentem chegar à Itália pelo mar, já convocaram manifestações. Hoje, grande parte dos imigrantes ilegais que chegam à Itália são líbios.

Gaddafi, cujo país detém a Presidência rotativa da União Africana, deverá se encontrar com seus visitantes em sua tenda. No mês que vem, ele volta à Itália para a cúpula do G8.

Segundo a correspondente da BBC em Trípoli, Rana Jawad, Líbia e Itália mantêm "uma relação de amor e ódio".

Os italianos ocuparam a Líbia entre 1911 e 1943, quando foram derrotados na Segunda Guerra (1939-45). Na ocasião, a Líbia passou às mãos da ONU (Organização das Nações Unidas) e alcançou a independência em 1951. Em 1969, Gaddafi chegou ao poder por meio de um golpe militar que derrubou o rei Idris 1º. Desde então, o idioma italiano foi proibido no país, e os colonos italianos foram expulsos e proibidos de voltar.

Para a correspondente, a brutal ocupação italiana na Líbia, quando dezenas de milhares de líbios foram levados para campos de concentração, não foi facilmente esquecida, mas, nos últimos anos, a relação floresceu e chegou a se transformar em uma amizade. Os negócios entre os dois países aumentaram e os colonos expulsos agora podem voltar para visitar.

No ano passado, o governo italiano concordou em pagar US$ 5 bilhões em reparação pelos erros cometidos durante o período colonial.
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