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Terça-feira, 06 de agosto de 2024

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Dependente dos EUA, Palau aceita receber 17 presos de Guantánamo

Os Estados Unidos informaram nesta quarta-feira que o governo de Palau aceitou receber no país 17 detidos em Guantánamo, indicando uma possível solução para parte do impasse em relação ao destino das pessoas que devem ser libertadas da prisão para suspeitos de terrorismo.


O presidente de Palau, Johnson Toribiong, afirmou que aceitará o grupo de muçulmanos chineses da etnia uigur retidos na base de Guantánamo como gesto humanitário.

"Eu estou honrado e orgulhoso de que os Estados Unidos tenham pedido a Palau para que ajudemos nesse assunto crítico", disse o presidente palauense por meio de um comunicado. "isso nada mais é que uma pequena coisa que nós podemos fazer para agradecer nosso melhor amigo e aliado.

Ian Kelly, porta-voz do Departamento de Estado americano, disse que os Estados Unidos estão "agradecidos" com o governo de Palau por sua ajuda, mas ressaltou que as conversas a respeito ainda não terminaram.

"Não fechamos um acordo. Ainda estamos negociando", afirmou Kelly, que não quis dar outros detalhes.

O Pentágono determinou que os 17 não representam um perigo, mas não podem ser transferidos à China, porque poderiam ser maltratados ou inclusive executados por pertencer ao Movimento Islâmico do Turquistão Oriental.

O grupo busca a independência de sua terra tradicional e é considerado pelo governo de Pequim uma associação terrorista.

Em 2006, os Estados Unidos enviaram cinco uigures presos em Guantánamo e tinha pedido aos aliados na Europa e à Austrália que aceitassem os outros 17, como parte das tentativas de fechar essa prisão.

Aliança

Dependente de ajuda americana e defendido pelo Exército dos EUA, Palau segue um alinhamento quase automático com a política externa americana.

O país, que ficou sob administração americana, com autorização da ONU, entre os anos 40 e 70, tornou-se independente em 1978, mas desde 1994 goza do status de associação com os EUA.

A moeda nacional é o dólar americano e os palauenses podem entrar livremente em território americano, sem necessidade de visto ou passaporte.

Guantánamo

O campo de detenção de Guantánamo, localizado em uma base militar na ilha de Cuba sob controle dos EUA desde o século 19, foi criado pelo governo Bush para prender e interrogar suspeitos estrangeiros de terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3.000 pessoas.

A prisão fazia parte da estratégia de criar um limbo legal para os detidos na "guerra ao terror". Pelo entendimento do antigo governo, os suspeitos não podiam recorrer às garantias da Constituição americana --já que não estavam nos EUA-- e não precisavam ser tratados de acordo com a Convenção de Genebra --por não serem considerados prisioneiros de guerra, já que não combatiam legalmente por nenhum país.

Mais de 530 prisioneiros foram posteriormente libertados ou transferidos para outros países durante o governo Bush, e dois foram libertados desde que Obama tomou posse em 20 de janeiro último.

No mês passado, um relatório do Departamento de Estado americano informou que 5% dos prisioneiros da base militar haviam participado de atividades terroristas depois de ser libertados.

A base naval dos EUA em Guantánamo foi fundada em 1898, durante a guerra Hispano-Americana. Um tratado de 1934 determina que ela só pode ser devolvida a Cuba por acordo mútuo ou uma saída unilateral dos EUA. O regime comunista de Cuba, que subiu ao poder em 1959, pede a devolução do território, de 115 km², e não aceita os pagamentos feitos pelos EUA pela utilização da base.
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