Dois jornalistas belgas foram detidos neste domingo em Teerã enquanto acompanhavam as manifestações contra a reeleição do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Willy Vandervorst, da emissora RTBF, e Jef Lambrecht, da cadeia flamenga VRT, ficaram retidos por cerca de uma hora nos porões do Ministério de Informação iraniano.

Vandervorst foi detido quando estava na rua com o seu equipamento. A polícia iraniana também prendeu Lambrecht logo que constatou que ambos se conheciam.

Lambrecht disse ter recebido "uma pequena agressão" de um dos agentes antes de ser conduzido com o colega aos porões do Ministério de Informação, onde ambos se depararam com "13 manifestantes de joelhos e com algemas de plástico".

Os dois jornalistas foram libertados uma hora depois, com a condição de que não façam mais fotos nem imagens.

Holanda

Outros dois jornalistas da televisão pública holandesa foram detidos pela polícia iraniana e obrigados a deixar o país.

"O jornalista do [programa de informação] NOVA, Jan Eikelboom, e o câmera Dennis Hilgers devem abandonar o Irã", informou neste domingo a emissora Nederland em um comunicado publicado em seu site.

"Eles estavam filmando na frente do quartel-general de [Mir Hossein] Mousavi, principal adversário de [Mahmoud] Ahmadinejad, quando foram detidos pela polícia. Foram empurrados contra um muro e tiveram suas gravações apreendidas. Eles perderam a permissão para filmar e tiveram que abandonar o país imediatamente", conclui o texto.

Os dois jornalistas estavam em Teerã há vários dias para cobrir as eleições presidenciais iranianas.

O anúncio da reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, feito neste sábado, provocou manifestações violentas em Teerã, que continuaram neste domingo.

Mousavi disse que apresentou ao Conselho dos Guardiães --autoridade que deve validar o resultado das eleições-- um pedido de anulação do pleito por irregularidades.