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Quarta-feira, 07 de agosto de 2024

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Deputados dos EUA criticam repressão a protestos no Irã

A Câmara de Representantes (deputados) dos Estados Unidos rejeitou nesta sexta-feira, por meio de uma resolução bipartidária, a campanha de repressão contra os manifestantes no Irã que começou após as eleições realizadas na última sexta-feira. Os manifestantes alegam que a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad foi obtida por meio de fraude.


A medida "condena a contínua violência contra os manifestantes por parte do Governo do Irã e milícias pró-governo, assim como a contínua repressão governamental [...] através de sua interferência na internet e em telefones celulares".

Além disso, expressa o "apoio a todos os cidadãos iranianos que apoiam os valores da liberdade, os direitos humanos, as liberdades civis e o império da lei".

A resolução, que não é vinculativa, mas tem alto simbolismo político, foi apresentada na quinta-feira pelos legisladores Howard Berman, democrata, e Mike Pence, republicano.

Desta forma, os legisladores deixaram claro seu apoio inequívoco aos manifestantes, que tomaram as ruas em Teerã para impugnar os resultados das eleições, que deram a Ahmadinejad, contra seu principal rival, o reformista Mir Hossein Mousavi.

Embora as autoridades iranianas insistam em que não houve fraude e tenham insinuado que os votos não serão recontados, outros líderes mundiais condenaram os resultados e pediram transparência eleitoral.

Obama

A Casa Branca defendeu nesta quinta-feira a resposta dada pelo presidente Barack Obama à crise política no Irã.

O governo evitou assumir uma posição na disputa eleitoral iraniana, porque a situação representa um teste difícil para a política externa de Obama, que aparentemente pretende reconhecer o papel dos manifestantes que tomaram as ruas de Teerã e de outras cidades iranianas desde sábado, mas enfrenta um dilema: como fazer isso sem jogar sobre o protesto o rótulo de pró-americano, que iria enfraquecê-lo?

Sob críticas de republicanos que consideraram a reposta da Casa Branca "morna", o porta-voz da Presidência, Robert Gibbs, afirmou nesta quinta-feira que presidente Obama apresentou a reação adequada para a crise e "demonstrou que compartilha as preocupações dos manifestantes e da comunidade internacional sobre a forma como foram feitas as eleições".

Gibbs reiterou que o governo dos Estados Unidos "não estão em posição de selecionar os candidatos para a Presidência" no Irã. Segundo ele, Obama apoia o "princípio universal" de realizar manifestações pacíficas sem medo de represálias.

Na quarta-feira, a agência de notícias iraniana Fars informou que o Ministério das Relações Exteriores do país convocou um diplomata da embaixada da Suíça em Teerã, que representa os interesses dos EUA, para manifestar seu "protesto e desencanto" quanto às declarações de alguns membros do governo americano sobre o resultado do pleito, considerados como "fraudulentos" pela oposição iraniana. EUA e Irã não mantêm relações diplomáticas há três décadas.

Mas os movimentos cautelosos foram criticados por destacados republicanos no Congresso, entre eles o senador John McCain, derrotado por Obama na eleição presidencial, e o deputado Eric Cantor.

"Os EUA têm a responsabilidade moral de defender esse povo valente, de defender os direitos humanos e de condenar a violência e os abusos do regime em Teerã", afirmou Cantor.

Cantor qualificou de "absurda" a postura de Obama de que, segundo ele, a situação no Irã é um debate apenas entre o governo e os cidadãos locais.

Antes de a resolução desta sexta ser votada, o republicano Mario Díaz-Balart, da Flórida, disse que Obama "ficou calado e confuso" sobre o apoio aos manifestantes, mas que o Congresso "claramente respalda o povo iraniano e eles prevalecerão".

Já Cantor pediu a Obama que siga o exemplo da Câmara de Representantes "e fale a favor do povo iraniano e por sua luta pela liberdade e os direitos humanos".
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