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Quarta-feira, 07 de agosto de 2024

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Após morte de presidente, primeiro-ministro do Gabão renuncia

O primeiro-ministro do Gabão, Jean Eyeghe Ndong, apresentou nesta sexta-feira a renúncia de seu governo à presidente interina do país, Rose Francine Rogombé, informou a emissora regional Africa Nº 1, captada em Dacar.


A renúncia de Ndong e seu gabinete era aguardada na semana passada, depois que Rogombé assumiu a Presidência interina, após a morte do presidente Omar Bongo, no dia 8 deste mês, em uma clínica privada de Barcelona. Ele tinha 73 anos e recebia tratamento para câncer.

Segundo a Constituição gabonense, o governo cessa imediatamente as funções ao assumir um presidente interino em caso de morte ou incapacidade permanente do chefe do Estado.

A renúncia, no entanto, foi adiada até o enterro de Bongo, que aconteceu nesta quinta-feira em Franceville, no sudeste do país.

Rogombé, ex-presidente do Senado gabonense, deve nomear agora um novo primeiro-ministro encarregado de formar um governo que ficará interino até as eleições para escolher o sucessor de Bongo, que ocupou o poder durante mais de quatro décadas.

A Constituição determina que as eleições devem ser convocadas em um prazo de 45 dias após a morte do chefe do Estado, mas é provável que sejam adiadas para possibilitar uma revisão do censo eleitoral e adotar algumas reformas exigidas pela oposição e pela sociedade civil para garantir eleições livres e transparentes.

A morte de Bongo levantou preocupações sobre a forma como a transição seria tratada no país, que não experimentou alternância de poder desde 1967. Apesar de reformas democráticas introduzidas no início dos anos 90, Bongo manteve o controle sobre o país, sendo reeleito em 2005 em uma votação marcada por acusações de fraude.

O governo tem afirmado que vai respeitar os termos da Constituição, mas analistas dizem que facções dentro do partido governista estão disputando desde já a sucessão de Bongo, com o filho do ditador, o ministro da Defesa, Ben Ali Bongo, visto como um dos principais candidatos.

A economia do Gabão é baseada na exportação petróleo, produto responsável por mais de 50% do PIB. Com a 33ª maior reserva provada de petróleo do mundo, o país tem uma renda per capita quatro vezes maior que a média da África Subsaariana, mas a concentração de renda nas mãos da elite em torno do governo mantém grande parte da população na pobreza.
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