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Quarta-feira, 07 de agosto de 2024

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Pentágono admite erro em operação que matou civis no Afeganistão e promete novas regras

O Exército americano admitiu que a falta de observação de alguns procedimentos foi, "provavelmente", a causa da morte de ao menos 26 civis em um ataque aéreo no oeste do Afeganistão, no mês passado, revelou um relatório publicado nesta sexta-feira pelo Pentágono. O governo afegão afirma que a operação americana matou 140 civis.


De acordo com a investigação militar, na operação de 4 de maio passado, no oeste do Afeganistão, contra rebeldes do grupo fundamentalista islâmico Taleban, forças de ar e terra americanas agiram conforme a lei para conflitos armados, mas três ataques aéreos de um bombardeiro B-1 "não observaram totalmente as diretrizes específicas" do regulamento de combate dos Estados Unidos.

"A falta de observação de todas estas diretrizes, provavelmente, motivou a morte de civis", assinala o documento, que admite ainda que o número de vítimas fatais, estimado em 26, pode ter sido maior.

As mortes no mês passado representaram mais um desafio para a crescente batalha pelo apoio de civis afegãos à tropas ocidentais, cuja fidelidade o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse é essencial para a derrota dos insurgentes.

"A incapacidade de discernir a presença de civis e avaliar os potenciais danos colaterais desses ataques é inconsistente com os objetivos do governo dos EUA de proporcionar proteção e segurança para o povo afegão", diz o relatório elaborado pelo Comando Central dos EUA.

O texto não contém surpresas --autoridades americanas já haviam fornecido estimativas sobre o número de mortes--, mas apresenta uma narrativa detalhada de um tiroteio que matou cinco agentes da polícia nacional afegã. Dois americanos e sete agentes de segurança afegãos foram feridos.

O relatório recomenda o aperfeiçoamento das regras para operações que ofereçam risco para a vida de civis e que assegurem que o treinamento corresponda às normas.

Outras recomendações incluem uma maior capacidade de os militares conseguirem o seu lado da história no front, o que os comandantes disseram ser frustrantemente difícil. Os EUA devem ser "os primeiro com a verdade", diz o relatório disse.

Uma atualização sobre como as novas regras táticas estarão sendo usadas deve ser divulgado em quatro meses.

O almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, disse nesta quinta-feira que o Pentágono não tinha encontrado nada no inquérito pudesse levar a uma ação disciplinar contra as forças americanas envolvidas na operação.

No dia 8 deste mês, o porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse que o número de militantes talebans mortos na operação de 4 maio "superou em muito" o número de civis que morreram no ataque, mas apontou problemas na forma como os bombardeios foram realizados.

Com France Presse e Associated Press

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