Membros das forças de segurança iranianas detiveram pessoas supostamente relacionadas ao atentado suicida que matou 42 pessoas no último domingo na região de Sistan e Baluchistão, na fronteira com o Paquistão, informou hoje o chefe da Polícia Nacional, Ismail Ahmadi Moghadam.
Citado pela agência oficial de notícias "Irna", Moghadam não deu mais detalhes e se limitou a dizer que "felizmente, já foi possível prender indivíduos vinculados com os terroristas".
Na terça-feira, a Procuradoria Geral da cidade de Zahedan, uma das principais de Sistan e Baluchistão, informou sobre a detenção de três pessoas por sua suposta relação com o atentado, o mais sangrento no Irã desde o fim da guerra com o Iraque (1980-1988).
Moghadam não esclareceu hoje se as detenções às quais se referia são as mesmas citadas pelo procurador de Zahedan, Mohamad Marzieh.
O atentado foi um duro golpe contra o Governo iraniano e a Guarda Revolucionário, a tropa de elite do Exército do país, que assumiu em março o controle da instável fronteira do Irã com o Afeganistão e o Paquistão.
A autoria do ataque foi assumida pelo grupo extremista sunita Jundullah ("Exército de Alá"), comumente associado à rede terrorista internacional Al Qaeda e aos talibãs.
No entanto, o Irã diz ter provas do envolvimento de serviços secretos estrangeiros e acusou Paquistão, Estados Unidos e Reino Unido - os três países negaram participação no atentado.
Hoje, Moghadam disse que houve negociações com o Paquistão para conseguir a captura dos autores intelectuais do ataque.
O objetivo, segundo fontes iranianas, é fazer com que Islamabad detenha e entregue Abdul Malik Rigi, líder do Jundullah, à Justiça do Irã.
"O Irã dará uma resposta demolidora ao grupo de Abdul Malek Rigi e aos que o apoiam", afirmou o general-de-brigada Yadollah Javani, diretor do Escritório Político da Guarda Revolucionária.
"Grupos terroristas como o de Rigi, que atacam no Irã, são apoiados do exterior, já que não têm nenhum tipo de apoio dentro do país", argumentou Javani, citado pela rede de televisão estatal "PressTV".
A região de Sistan e Baluchistão é a principal porta de saída da droga produzida no Afeganistão. Além disso, é palco de conflitos tribais e religiosos entre sunitas e xiitas.