O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein elaborou um plano para fugir da prisão em 2006 --ano em que acabou sendo executado-- revelou seu advogado, Khalil al Doulaimi, em um livro intitulado "Saddam Hussein fora da prisão americana: o que aconteceu".
"O plano de fuga de Saddam foi elaborado durante o ano de 2006, com ajuda da resistência iraquiana e de uma força especial formada por membros do exército", escreveu Doulaimi nas memórias que contêm ainda cartas, poemas e outros textos do ditador executado.
"Segundo os planos, os combatentes iraquianos deveriam receber a ordem de atacar a Zona Verde (o setor ultraprotegido de Bagdá) e a sede dos soldados americanos no aeroporto internacional, antes de lançar o assalto contra a prisão em que ele se encontrava", explicou o advogado e autor do livro de 480 páginas, lançado em árabe em Cartum.
O livro afirma também que Saddam pretendia libertar seus companheiros e outros prisioneiros de Camp Cropper, a base americana onde estava detido.
"Ele pretendia ir para a Província de Al Anbar, oeste do Iraque, com a intenção de unificar os grupos da resistência e lançar uma ofensiva em Bagdá". conta o advogado.
Al Anbar foi durante muitos anos um reduto da insurreição sunita.
"Se o Iraque for libertado, eu o transformarei em um país florescente em sete anos, sem a ajuda de ninguém", teria dito Saddam.
O plano, no entanto, não pôde ser realizado porque, por causa de um tiroteio que ocorreu perto de Camp Cropper, as medidas de segurança do local foram reforçadas.
O advogado conta ainda que os guardas costumavam pedir autógrafos a Saddam, que lhes dizia: "depois da libertação do Iraque, eu os convidarei a visitar meu país".
Saddam também comentava que os soldados americanos se negavam a dar-lhe tesouras para cortar a barba e o cabelo porque temiam que ele fosse se suicidar.
Deposto da Presidência em abril de 2003 após a invasão americana do Iraque, Saddam foi capturado em dezembro do mesmo ano e preso em Camp Cropper.
Condenado à morte, foi enforcado em 30 de dezembro de 2006.
