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Quinta-feira, 27 de junho de 2024

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Morales dedica vitória a anti-imperialistas; Reyes Villa promete oposição construtiva

O presidente da Bolívia, Evo Morales, dedicou sua vitória nas eleições gerais deste domingo aos "governos anti-imperialistas" --um discurso comum ao colega venezuelano, Hugo Chávez. O segundo lugar distante, direitista Manfred Reyes Villa, admitiu a derrota e prometeu uma oposição "construtiva", um desafio diante do controle do governista Movimento ao Socialismo (MAS) também no Congresso.


"Este triunfo não é só dos bolivianos. Dedicaremos ele a todos os governos e povos anti-imperialistas", disse Morales, em discurso de vitória.

Morales pediu ainda para os bolivianos se unirem e trabalharem pelo processo de mudança. "Convoco os prefeitos, os dirigentes cívicos que, todavia, se distanciam, os intelectuais, que têm dúvidas, que venham trabalhar pela Bolívia", afirmou o presidente.

Os resultados oficiais devem sair ao longo do dia, mas as pesquisas de boca-de-urna mostram Morales com ao menos 63% dos votos, pouco menos de dez pontos percentuais a mais do que o resultado que obteve nas eleições de 2005.

Seu resultado está ainda 35 pontos percentuais a frente de Reyes Villa, do Plano Progresso para a Bolívia (PPB).

As pesquisas de boca-de-urna ressaltam ainda que Morales ganhou em Departamentos (Estados) em que havia perdido nas eleições presidenciais de 2002 e no referendo constitucional realizado no último mês de janeiro, como Cochabamba, Tarija, Chuquisaca.

As pesquisas de boca-de-urna mostram ainda que o MAS levará ainda o controle da Câmara baixa do Congresso e uma maioria absoluta de dois terços do Senado, onde a oposição foi resistente durante seu mandato, vetando medidas esquerdistas e atrasando a votação da nova Constituição.

Com o controle do Legislativo, Morales tem agora o caminho livre para aplicar as reformas esquerdistas de maior poder aos indígenas, programas sociais assistencialistas e o controle estatal da indústria como estratégia de geração de renda e emprego. Os analistas alertam, contudo, que Morales não vai conseguir atrair investimentos sem moderar sua retórica.

"Agora temos o caminho livre para aplicar a primeira Constituição aprovada pelo povo", disse o mandatário.

"Obrigado ao povo boliviano por dar mais cinco anos de governo ao presidente e ao vice-presidente [Álvaro García Linera]. Esta votação não vai ser em vão. Muito obrigado ao povo boliviano, isto nos demonstra que é possível mudar a Bolívia com base no voto", exaltou Morales, encerrando seu discurso com um grito de "pátria ou morte".

Com minoria no Legislativo e enfraquecida diante da grande popularidade de Morales, a oposição deve focar os esforços na disputa pelos governos dos Departamentos na eleição de abril próximo.

O primeiro mandato de Morales foi marcado por uma oposição feroz e confrontos violentos. O candidato a vice-presidente de Villas, o ex-governador do Departamento de Pando Leopoldo Fernández, foi preso como líder do massacre de 11 de setembro de 2008 que deixou 11 pessoas mortas, a maioria camponeses pró-Morales.

O massacre causou a fuga de ao menos três grandes apoiadores da chapa e, agora, Reyes Villa parece preferir um discurso mais pacífico. Ele prometeu "uma oposição construtiva, em defesa da democracia".
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