O diretor da CIA (agência central de inteligência americana), León Panetta, pediu desculpas ao Governo da Argentina por ter dito que a crise econômica mundial poderia gerar instabilidade no país, informaram hoje fontes diplomáticas.
O embaixador argentino em Washington, Héctor Timerman, disse que Panetta o telefonou ontem "para pedir desculpas à presidente (Cristina Fernández) e à Argentina", e dizer que o que "disse numa entrevista coletiva não é a opinião dele, da CIA ou do Governo dos Estados Unidos".
Segundo declarações de Timerman à agência de notícias "Télam", Panetta admitiu que "foi um erro comentar algo que alguém com quem econtrara durante a semana havia lhe dito, sem esclarecer que não era a sua visão".
As declarações que Panetta fez na quarta-feira em sua primeira entrevista como diretor da CIA geraram um "profundo mal-estar" no Governo argentino, que convocou o embaixador americano em Buenos Aires, Earl Anthony Wayne, para que desse explicações a respeito.
Ontem, Wayne disse ao chanceler argentino, Jorge Taiana, que Panetta se referiu a comentários feitos por um funcionário estrangeiro.
Após o encontro entre Wayne e Taiana, as partes deram por superado o incidente, o primeiro entre Buenos Aires e o Governo de Barack Obama.
Segundo Timerman, Panetta reconheceu "que tinha cometido um erro porque havia dito algo" em que ele e o Governo dos Estados Unidos não acreditavam e que "não consta no relatório" de "inteligência econômica" elaborado pela CIA.
"A reação dele foi espontânea. Ele me telefonou e me pediu desculpas. E se o agradeço, é porque não é comum alguém telefonar para se desculpar. Ele realmente estava muito sentido porque tem uma imagem muito boa da Argentina e havia cometido um erro", acrescentou o embaixador argentino.