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Sábado, 27 de julho de 2024

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Reunião do G7 analisará crise econômica mundial e ameaças protecionistas

Os representantes do G7 analisam nesta sexta-feira e neste sábado, em Roma, a crise econômica mundial e deverão prometer não ceder às tentações protecionistas, enquanto alguns deles já estão na berlinda, como Estados Unidos e França. 


Os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais dos sete países mais ricos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá) se reúnem na noite desta sexta-feira para um jantar antes de iniciar os trabalhos no sábado pela manhã.

A Rússia, cuja delegação será liderada pelo ministro das Finanças, Alexe¯ Kudrine, também foi convidada.

Depois da polêmica cláusula "Buy American" (Compre produtos americanos), agora já flexibilizada, do plano de estímulo do governo de Barack Obama e das críticas às ajudas da França ao setor automobilístico, o protecionismo será um dos temas principais.

O Japão deu o tom das discussões: o país deixará claro aos outros membros do clube a sua oposição a qualquer protecionismo, assegurou na terça-feira seu ministro das Finanças, Shoichi Nakagawa.

"Aprendemos depois da Grande Depressão que, se um texto similar à lei Smoot-Hawley for criado, isso levará a um desastre", afirmou, referindo-se a uma lei americana de 1930 que impôs enormes barreiras alfandegárias, acarretando medidas de retaliação e agravando a crise. "Discutiremos meios de impedir que isso se produza", indicou.

A Alemanha segue a mesma linha do Japão: seu ministro, Peer Steinbrück, dará ênfase a este assunto porque "as preocupações sobre as crescentes tendências protecionistas aumentam", explicou na quarta-feira seu secretário de Estado J¶rg Asmussen.

Uma mensagem forte do G7 contra o retorno do protecionismo é necessária, segundo Marco Annunziata, chefe dos economistas do banco italiano UniCredit.

"Em tempos de crise, reações protecionistas são normais, mas vemos nisto sinais muito preocupantes e o que devemos esperar é que o G7 diga de maneira muito clara que isso não será permitido", ressaltou.

De maneira mais global, o G7 discutirá remédios para enfrentar a crise econômica, que se agravou desde sua última reunião, em outubro.

Diante de uma situação como esta os ministros desejam "agir rapidamente", indicou na segunda-feira o Tesouro americano após uma conversa por telefone entre o secretário do Tesouro Timothy Geithner e alguns de seus colegas.

Geithner vai convidar seus colegas a adotarem medidas audaciosas contra a crise, indicou na quarta-feira um de seus colaboradores em Washington.

Os planos de apoio ao setor bancário e a questão delicada da compra de ativos podres também farão parte dos debates.

Para a primeira viagem ao exterior desde a sua nomeação no fim de janeiro, Geithner deverá apresentar a seus colegas o novo plano de resgate do sistema financeiro americano.

Em resumo, o G7 tentará avançar para uma posição comum sobre a regulação dos mercados.

"É importante que possamos chegar a um consenso" para que "o G20 (cujos chefes de Estado se reúnem em Londres no dia 2 de abril) possa tomar decisões rapidamente", consideraram os assessores da ministra francesa Christine Lagarde.

Tendo na alça de mira os produtos financeiros derivados, os fundos especulativos e os paraísos fiscais, o ministro italiano Giulio Tremonti deverá propor a implementação de um "padrão legal", em referência ao padrão-ouro, com o objetivo de levar à convergência das regulamentações e "levar a ética às finanças".
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