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Sábado, 27 de julho de 2024

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EUA devem ajudar bancos a vender ativos ''tóxicos''

O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, deve anunciar amanhã um novo plano para ajudar o sistema financeiro colapsado do país, que, em vez de criar oficialmente um "banco ruim" com ativos tóxicos, irá incentivar investidores privados a comprar títulos problemáticos por meio da garantia de absorção de parte dessas perdas se o valor dos papéis continuar a cair.


O objetivo dessa medida é livrar os bancos de seus piores ativos, de modo que possam atrair mais investidores privados que tragam recursos.

A informação foi divulgada ontem pelos jornais "The New York Times" e "Wall Street Journal", que dizem que um elemento central do novo plano será a expansão de um programa de empréstimos que começou em novembro no Fed (banco central) de Nova York, então liderado por Geithner.

O programa, inicialmente financiado com US$ 200 bilhões do Fed, tem só US$ 20 bilhões dos US$ 700 bilhões aprovados pelo Congresso em outubro do ano passado para o plano de resgate de Wall Street (Tarp, na sigla em inglês). O dinheiro é liberado a investidores para que comprem títulos garantidos por empréstimos estudantis, automotivos ou de cartões de créditos -outros tipos de papéis estão em estudo.

A decisão de incentivar investidores privados a adquirir ativos "podres" também tira do governo a responsabilidade de gastar bilhões de dólares adicionais com dinheiro do contribuinte americano, que era a ideia do "banco ruim".

Segundo membros do governo, não vai haver por enquanto a nacionalização de instituições nem pedido ao Congresso para mais fundos além dos US$ 350 bilhões da segunda metade do Tarp. Este, porém, poderá ser renomeado e tornado independente do Tesouro para melhorar sua imagem e deverá ter novas condições para empresas que buscam ou já receberam ajuda -incluindo a obrigatoriedade de divulgar a forma como o dinheiro é gasto. Já divulgado que haverá limitação para o pagamento de executivos.

O governo também estuda a conversão de ações preferenciais adquiridas dos bancos por ações comuns a longo prazo.

Além do plano financeiro, o presidente Barack Obama continua a pressionar o Congresso pela aprovação do pacote de estímulo à economia, com o qual pretende criar ou manter cerca de 4 milhões de empregos.

Estímulo à economia

Em sua mensagem semanal de rádio ontem, Obama elogiou o acordo no Senado que reduziu na sexta-feira seu pacote a US$ 780 bilhões para atender a exigências republicanas (em negociações, ele chegou a ultrapassar os US$ 900 bilhões).

Mas ele manteve o tom acusatório e citou os dramáticos números do desemprego nos EUA, que perdeu quase 600 mil postos em janeiro, para pedir a aprovação rápida da lei.

"[Sexta] começou com notícias devastadoras sobre nossa crise econômica", disse Obama sobre o desemprego. "Mas, à noite, democratas e republicanos se uniram no Senado e responderam apropriadamente à urgência do momento."

Ele criticou em tons partidários os adversários que preferem cortes de impostos a gastos públicos. "Não podemos esperar alívio das velhas teorias que, em oito anos, dobraram a dívida nacional, colapsaram a economia e nos levaram a essa confusão." Segundo a página do Senado na internet, a votação deve ocorrer na terça. Se aprovado, tem que voltar para a Câmara devido às mudanças.

Em vez de assinar a lei rapidamente como desejava, Obama passou suas primeiras três semanas no poder lidando com legisladores relutantes -inclusive alguns democratas. Nesta semana, ele abandonou os discursos conciliatórios e passou a usar palavras mais agressivas.

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