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Sábado, 28 de setembro de 2024

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EUA divulgam alterações em sua política externa

O vice-presidente norte-americano Joe Biden anunciou neste sábado mudanças na política externa dos Estados Unidos que enfatizam a diplomacia sobre o poder militar, mas instou seus aliados a compartilhar uma parcela maior do fardo das crises globais.


"Venho à Europa em nome de um novo governo, determinado a dar um novo tom em Washington e nas relações norte-americanas ao redor do mundo", disse Biden em uma conferência sobre segurança em Munique, na Alemanha.

"Vamos nos comprometer, vamos ouvir e consultar. Os EUA precisam do mundo, assim como acredito que o mundo precisa dos EUA".

Realizando o primeiro grande discurso de política externa do governo Obama, Biden repudiou claramente a política do "conosco ou contra nós" do ex-presidente George W. Bush.

O discurso de Biden também buscou virar a página sobre a invasão do Iraque em 2003, liderada pelos EUA, e o ceticismo de Bush sobre mudanças ambientais, que alienaram muitos europeus.

Biden, entretanto, deixou claro que os EUA continuam preparados para usar seu poder militar para proteger sua segurança nacional.

"Não existe conflito entre nossa segurança e nossos ideais. Eles se reforçam mutuamente. A força das armas conquistou nossa independência, e ao longo de nossa história ela protegeu nossa liberdade. Isso não vai mudar", disse ele.

Ao mesmo tempo em que prometeu que Washington vai consultar e ouvir mais seus aliados, ele disse que o país também vai pedir mais destes, por exemplo aceitando detentos da prisão militar de Guantánamo, em Cuba, que o presidente Barack Obama pretende fechar dentro de um ano.

"Os EUA farão mais, mas vão pedir mais de seus parceiros", disse ele. "As ameaças que enfrentamos não respeitam fronteiras. Nenhum país, não importa o quão poderoso, pode lidar com elas da melhor maneira sozinho".

Em seu discurso abrangente, Biden solicitou um maior comprometimento dos membros da OTAN no Afeganistão, um esforço conjunto para forçar o Irã a abandonar seu programa nuclear, uma redução acentuada nos arsenais nucleares e a interrupção do que chamou "uma alteração perigosa" nas relações com a Rússia.

O discurso de Biden foi escasso em anúncios, mas analistas haviam dito antecipadamente que a simples presença do vice-presidente na conferência, a que normalmente comparece o secretário de defesa norte-americano, enviou um sinal importante à Europa de que o governo Obama está determinado a reconstruir relações estremecidas.

Houve muita especulação antes da conferência de que Biden anunciaria a suspensão ou revisão dos planos do governo Bush de instalar um escudo anti-mísseis no Leste Europeu, o que irritou a Rússia.

"Vamos continuar a desenvolver a defesa de mísseis para fazer frente à crescente capacidade iraniana, contanto que a tecnologia se mostre adequada no funcionamento e no custo", disse Biden ao encontro de especialistas em segurança e líderes europeus.

Ele, no entanto, ressaltou: "Vamos fazê-lo em consultas com nossos aliados na OTAN e com a Rússia".
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