O pré-candidato pelo PT ao governo de Mato Grosso, Lúdio Cabral (PT), deu uma pequena mostra do que deve ser o tom de partida da sua campanha contra o senador Pedro Taques (PDT), durante convenção do PMDB, realizada nesta sexta-feira (27), em Cuiabá. “Estou só esperando o nosso adversário vir. Quero que ele venha quente que eu estou fervendo”, declarou o petista logo nos primeiros minutos de sua fala no ninho peemedebista.
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Em linhas gerais, a ideia do pré-candidato é exaltar os pontos positivos das gestões Carlos Bezerra (PMDB), Silval Barbosa (PMDB) e Blairo Maggi (PR) e debater os pontos negativos com os desgastes das gestões Jayme e Júlio Campos, ambos do Democratas, que apóiam a candidatura oposicionista. Ficou claro que na ótica de Lúdio, é justo que se os desgastes de Silval Barbosa sejam ‘jogados’ em suas costas na mesma medida que Taques seja ‘culpado’ pelos erros administrativos de seus apoiadores, que governaram MT no passado. Nesse jogo, Lúdio também inclui o falecido Dante de Oliveira, que terminou sua trajetória no PSDB e governou Mato Grosso por dois mandatos.
Lúdio fala como se um muro dividisse oposição e situação. O “lado de lá” e o “lado de cá” são constantemente citados e servem também para o debate presidenciável, uma vez que ele apoia exclusivamente Dilma Rousseff (PT) enquanto Taques garante palanque tanto para Aécio Neves (PSDB) quanto para Eduardo Campos (PSB), mesmo sendo o PDT um aliado do PT. “Todos os governantes tem erros e acertos”, relativiza, “mas vamos provar que quem fez mais pelo Estado está do lado de cá”, arremata. “Nessa eleição, vamos escolher pelo passado, presente ou futuro”.
“A Copa do Mundo é nossa”
E a Copa do Mundo tem papel fundamental na retórica de Lúdio. “Você apanhou demais, Silval, mas nos últimos 15 dias demos uma demonstração para o mundo da capacidade do nosso povo. Temos a arena mais bonita do Brasil e somos exemplo para o mundo ao recebermos os turistas”, declarou. “Eu quero é saber onde o adversário andou nos dias de jogos em Cuiabá, porque ficou quatro anos apenas jogando pedras”, provocou.
E o tema Copa do Mundo foi usado em todos os discursos: Romoaldo Júnior (PMDB), Ságuas Moraes (PT), Teté Bezerra (PMDB), Wallace Guimarães (PMDB), Welligton Fagundes (PR) e Silval Barbosa (PMDB).Todos com um tom de exaltação ao resultado final e ao trabalho de Silval na condução das obras. “Realizar essas obras foi um governo paralelo”, chegou a dizer Romoaldo, presidente da Assembleia.
A eleição de 2012, quando Lúdio conseguiu chegar ao segundo turno da disputa pela Prefeitura de Cuiabá contra o franco favorito Mauro Mendes também é constantemente lembrada. E o Lúdio de 2014 ainda fala pausadamente como aquele de dois anos atrás. Ainda prega uma gestão participativa como aquele de dois anos atrás. Ainda está aliado com o PMDB como aquele de dois anos atrás. Mas está claramente pronto pra briga para não ser derrotado, exatamente como foi o Lúdio de dois anos atrás.
