A presidência ou a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o superfaturamento na implantação do Veículo Leve sobre Trihos (VLT) não interessam a deputada Janaína Riva (PSD), a primeira a apresentar o requerimento solicitando a instalação de uma CPI para apurar falhas em todas as obras da Copa do Mundo.
Ela defende ainda nomes de dois parlamentares 'novatos' para comandar as investigações.
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“Eu fui à primeira apresentar o requerimento, antes que a reportagem do Fantástico fosse mostrada. Nunca houve uma disputa pela presidência, mas é óbvio que eu não abro mão de ser membro. Há legitimidade para minha representação”, afirmou ao
Olhar Direto.
A reportagem do Fantástico, apresentada no último dia 22, mostrou ao país um cenário de corrupção envolvendo esquemas de improbidade administrativas nas obras da Copa em Cuiabá.
Seis vezes a frente da presidência da Mesa Diretora da AL-MT, José Riva, pai da deputada, é apontado com um dos principais interlocutores para a mudança do modal previamente escolhido BRT (Bus Rapid Transport) para o VLT. “Meu pai (Riva) não era o governador e apontam tudo como se fosse culpa dele. Já conversei com meu pai e não tem nada a ver. Eu não abro mão em ser um membro. Não há o que temer”.
Nos bastidores existe uma queda de braço para o comando da CPI, entre oposição e governo. Originalmente, apresentaram requerimentos para a instalação, Janaína, Pery Taborelli (PV) e Oscar Bezerra (PSB). E na disputa, a parlamentar defende novos nomes para comandar a investigação. Cita, por exemplo, Silvano Amaral (PMDB) e de Oscar Bezerra (PSB) para coordenador os trabalhos. Caberá ao colégio de líderes delegar os membros da CPI, que terá prazo de 120 dias para apurar as responsabilidades sobre a execução do pacote de 56 obras para a Copa do Mundo.
Na tarde de quinta-feira, 5, a Controladoria Geral do Estado apresentou relatório final da auditoria realizada nas obras e apontou um rombo de pelo menos R$ 200 milhões nas obras, além de sucessivos erros, com a conivência do então gestor da época, Silval Barbosa (PMDB). Ele e o então titular da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo, Maurício Guimarães foram denunciados ao Ministério Público Federal e Estadual para adoção das medidas cabíveis.