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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Nobel de Química premia trio por sintetizar moléculas complexas

O Prêmio Nobel de Química de 2010 recompensou dois cientistas japoneses e um americano pela criação de ferramentas mais sofisticadas da química, que abriram o caminho para tratamentos contra o câncer, assim como para produtos eletrônicos e plásticos revolucionários.


O prêmio foi concedido ao americano Richard Heck, 79 anos, e aos japoneses Ei-ichi Negishi, 75, e Akira Suzuki, 80.

As descobertas dos três permitiram a centenas de cientistas sintetizar muitas substâncias presentes na natureza em todo o planeta, desde os mares italianos até os ocenaos das Filipinas, passando pela selva indonésia de Bornéu, explicou a Real Academia de Ciências da Suécia.

Os três químicos foram recompensados pelas pesquisas sobre o "acoplamento cruzado do paládio catalisado", um conjunto de reações químicas do carbono obtidas graças a um catalisador que utiliza este metal.

Cada um dos laureados deu seu nome a uma destas reações químicas.

"A reação Heck, a reação Negishi e a reação Suzuki têm grande importância para os químicos, já que permitem a criação de elementos químicos cada vez mais complexos e são importantes ferramentas para a busca de novos medicamentos", destacou o júri.

Isso permitiu aos químicos sintetizar compostos a partir de substâncias complexas encontradas na natureza para lutar contra o câncer de cólon, a herpes e a Aids.

O acoplamento cruzado do paládio catalisado também é útil para o progresso dos antibióticos contra as bactérias resistentes.

Na indústria eletrônica serve para produzir telas de computador ultraplanas de poucos milímetros.

As primeiras reações deste tipo foram realizadas há mais de 40 anos por Richard Heck em seu laboratório de Delaware, mas continuam sendo melhoradas e desenvolvidas, afirma a nota do comitê.

"As descobertas de Richard Heck, Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki já são de grande importância para a humanidade".

"Se os desenvolvimentos em curso nos laboratórios de todo o mundo forem levados em consideração, as reações serão provavelmente ainda mais importantes no futuro".

Em entrevista concedida nos Estados Unidos após o anúncio do prêmio, Negishi confessou que o Nobel era um sonho há muitos anos.

"Comecei a sonhar com o prêmio há meio século, quando cheguei aos Estados Unidos. Percebi, ao encontrar muitos premiados com o Nobel, que não era uma ficção, e sim uma realidade que pode acontecer com todo mundo, incluindo eu mesmo. Isto foi há 50 anos e, desde então, tenho que confessar que este é meu maior sonho realizado", disse.

"Fiquei sem voz. Foi uma grande surpresa para mim", declarou Richard Heck, entrevistado pela agência TT.

"É uma grande surpresa porque não faço nada em laboratório há anos", completou.
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