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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Risco de desnutrição de 6 milhões de norte-coreanos preocupa FAO

A atual crise alimentar que a Coreia do Norte enfrenta deixará seis milhões de pessoas, muitas delas crianças, em risco de desnutrição severa, se forem cumpridas as previsões que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) expôs nesta quinta-feira (15) em Bangcoc.


"Mais de 6 milhões de pessoas ficarão vulneráveis ao déficit alimentar se persistir o atual problema de insegurança alimentícia", indicou em entrevista coletiva o diretor para a Ásia-Pacífico da FAO, Hiroyuki Konuma, que visitou Pyongyang nesta semana.

A Coreia do Norte, um dos últimos países comunistas do mundo, produz em torno de 4,3 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto a demanda interna supera os 5,4 milhões de toneladas.

O governo de Pyongyang havia previsto comprar 300 mil toneladas de alimentos da China e da Índia neste ano, mas a alta dos preços dos alimentos obrigou a reduzir o volume a 180 mil toneladas.

No ano passado, a Coreia do Norte reduziu valor do cartão de racionamento alimentar de 570 gramas diárias por pessoa para 370 gramas, depois que o país sofreu um déficit de 600 mil toneladas de alimentos básicos, como arroz, milho e batatas. A escassez levou muitas crianças a níveis de desnutrição severa, revela a FAO.

O porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, Marcus Prior, lembrou na mesma entrevista coletiva que os problemas da Coreia do Norte afetam há anos "um terço das crianças menores de cinco anos", que estão "desnutridas e com atraso no crescimento".

Em maio, o Programa Mundial de Alimentos fez um apelo para recolher 310 mil toneladas de ajuda alimentar para o país asiático, mas só foram arrecadadas 170 mil toneladas, das quais apenas 30 mil toneladas foram entregues.

A FAO reconheceu também que a crise de fome na Somália ofuscou os problemas observados na Coreia do Norte. 'Neste momento, o Chifre da África é a prioridade dos doadores', afirmou Prior à imprensa.

Segundo a FAO, a Coreia do Norte sofrerá neste ano uma escassez de alimentos de entre 650 mil e 700 mil toneladas. "E, se continuar assim, no ano que vem pode acontecer algo ainda mais grave", alertou Konuma.

Em junho deste ano, a União Europeia se comprometeu a enviar uma ajuda no valor de aproximadamente US$ 14 milhões para alimentar cerca de 650 mil norte-coreanos, depois que uma equipe da Comissão Europeia avaliou as necessidades da população.
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