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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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DESIGUALDADE REGIONAL

Brasil chega a 400 mil médicos, mas CFM diz que distribuição é problema

Brasil chega a 400 mil médicos, mas CFM diz que distribuição é problema
O número de médicos residentes no Brasil chegou a 400 mil no final do ano passado, com média nacional de dois profissionais para cada grupo de mil habitantes. No entanto, apesar de aumento de contingente em números absolutos, há um crescimento veriginoso nas desigualdades regionais, entre especialidades médicas e uma discrepância cada vez maior entre efetivos do setor privado em comparação com o Sistema único de Saúde (SUS).


Os dados fazem parte de um estudo chamado “Demografia Médica no Brasil 2 – cenários e indicadores de distribuição”, desenvolvido em parceria pelo Conselho Federal de Mediciana (CFM), Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM-SP) e pela Universidade de São Paulo. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (18.2), em Brasília.

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Na região Sudeste, existem 2,67 profissionais por mil habitantes. No Sul do país, a proporção é de 2,09, seguido do Centro-Oeste (2,05), Nordeste (1,23) e Norte (1,01). A desigualdade regional se intensifica na comparação entre cidades do interior e as capitais, onde a proporção destes profissionais pode chegar a ser quatro vezes superior ao verificado no interior.

Dos quase 400 mil médicos, 215.640 mil atuam em serviços públicos municipais, estaduais e federais. O número representa 55,5% do total de profissionais ativos e é considerado insuficiente para um país que adotou um sistema universal como o SUS.
O CFM destaca ainda que o aumento do número de estabelecimentos de ensino não resolve o problema. Segundo dados do Conselho, das 208 instituições de ensino existentes no país, 197 foram criadas na última década.

“Não adianta criar novas escolas para formação de medicos. O Brasil precisa de uma carreira de Estado para fixar os profissionais com dedicação exclusive e salário compatível com as necessidades e conhecimentos adquiridos”, disse o presidente do conselho, Luiz D’Ávila.

D’Ávila fez um alerta aos governos estaduais e federal para que corrijam estas desigualdades e desafiou a presidente Dilma Rousseff para debater o tema e a buscar soluções com base nas informações do estudo. Segundo ele, a tendência é que seremos 500 mil medicos daqui a cinco anos. Antes de 2020 seremos 2,5 ou 2,6 médicos por mil habitantes.

“Este numero é extremamente traiçoeiro e perverso. Não é possível ter uma distribuição de médicos que nãoobserve os vazios demográficos. Vamos acabar com os achismos. Vamos usar os bancos de dados que são os nossos registros nos conselhos, que são as informações que nós dispomos”, ponderou.

“Estas desigialdades tem que ser objeto de Estudo do governo para fixar os médicos em todas as regiões”, acrescentou Desiré Callegari, diretor de comunicacão do Conselho Federal de Medicina.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Renato Azevedo, a migração dos médicos do serviço público para o privado tem aumentado nos últimos dez anos. Segundo ele, a distribuição dos médicos deveria ser determinada pelo Estado. Mas hoje, quem estabecele é o mercado.

“Esta é a pior migração. Falta atrativos para os médicos, faltam condições de trabalho. Para resolver esta questão da desigualdade, não adiantará aumentar o número de médicos. São necessárias políticas públicas que atraiam os profissionais” observou.
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