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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Idoso supera câncer de próstata e se empenha para chegar aos 100 anos

“Eu chorei o dia inteiro quando soube. Depois busquei forças para superar". É com estas palavras que o aposentado Joel Antônio Teixeira, de 71 anos, resume os dois sentimentos que teve quando descobriu que tinha câncer na próstata, em 1998, aos 56 anos. Mesmo com o diagnóstico, a motivação e o otimismo permitiram que o morador de Uberlândia continuasse exercendo as atividades de músico, artesão e atleta.


Joel soube da doença assim que se aposentou como servidor público e, segundo ele, a maior dificuldade foi o período de recuperação justamente por ser muito ativo e agitado. “Eu chorei o dia inteiro no dia que soube, confesso. Depois a vontade de recuperar e lutar pela minha vida foi tanta que busquei forças para superar esse momento e pedi a Deus para me deixar chegar aos 100 anos”, contou descontraído.

Pelo visto, a prece do religioso foi atendida e o tratamento não demandou nem de quimioterapia. Hoje ele está totalmente curado e tem a saúde invejável. Agora se vai chegar ao 100º aniversário ninguém sabe, mas, bem-humorado, o aposentado disse que sabe o remédio para uma vida longa. “Ser feliz, de bem com a vida e ocupar o tempo com muita atividade e esporte”, palpitou.

A infância pobre na fazenda também não foi motivo de tristeza para Joel, que usava palhas de milho como sapatos. No Natal, já que não tinha condições de seguir a tradição de colocar meias e calçados na janela para receber presentes, ele acreditava que o Papai Noel não o visitava por não aceitar a forma improvisada de se calçar.

A solução foi criar os próprios brinquedos de madeira e ganhar gosto pela atividade artesanal. Com um canivete e um formão, até hoje ele cria carrosséis e gamelas em miniaturas, petecas e até castanholas com pedaços de madeira que encontra na rua, jogados fora. Depois de restaurados, os objetos sustentáveis viram diversão para os netos e ajuda na decoração da casa da família.

Musicalidade misturada com esporte
Depois que foi curado do câncer, Joel investiu na carreira como nadador máster e nunca mais abandonou a atividade. Atualmente soma mais de 280 medalhas que estão expostas nas paredes de um quartinho especial, onde ele guarda os artesanatos que confecciona e os instrumentos musicais.

O dom para a música complementa a pró-atividade do aposentado. Há 31 anos ele faz parte do Coral da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e, além de cantar, arrisca apresentações no violino, no violão e até no cavaquinho. “Tenho paixão pela música desde a juventude. Eu ia aos bailes não para dançar ou flertar com as moças e sim para ficar perto da banda e aprender a tocar”, relembrou.

A labuta na lavoura, o trabalho como borracheiro e pedreiro, a atividade de jogador de futebol que não deu certo, ser serviços gerais e auxiliar de laboratório foram grandes aprendizados para o pai de cinco filhos, que até passou por “trancos e barrancos” para dar boa condição à família, mas nunca tratou nada como sofrimento.

Hoje ele tem carro, casa própria e a aposentadoria de servidor público, contudo, é a música, o esporte, a fé e a família unida que lembra Joel de nunca reclamar da vida e ter a certeza de que é uma pessoa abençoada e capaz de chegar ao tão sonhado centenário.
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