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Sábado, 22 de junho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Farmácia de Alto Custo do DF tem 30 remédios em falta; população reclama de difícil acesso

A Farmácia de Alto Custo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem hoje (4) uma lista de pelo menos 30 medicamentos que deveriam ser oferecidos gratuitamente à população, mas que estão com estoque zero.


A Agência Brasil já havia publicado uma denúncia sobre problemas com a distribuição de remédios de alto custo em agosto deste ano. Na época, pelo menos 15 medicamentos estavam em falta e a previsão para normalizar o estoque era de dez dias.

A dona de casa Ruth de Moura, 56 anos, acordou cedo ontem (3) para ir ao local e buscar o remédio que toma para tratar de uma asma grave. Mal chegou, recebeu a notícia de que o remédio estava em falta. A única opção, segundo ela, foi voltar ao hospital e trazer uma receita diferente – na qual constava um medicamento substituto e disponível na farmácia.

“A médica alterou porque não posso comprar em outro lugar. Às vezes, não tenho nem o dinheiro da passagem e eles fazem a gente ir de lá para cá. Perdemos ainda mais tempo”, reclamou Ruth. Há sete anos tentando tratar a doença, ela admite que, só neste ano, já ficou duas semanas sem tomar o remédio porque o estoque era nulo na Farmácia de Alto Custo.

Maria da Glória Bernardo, 61 anos, confirmou a dificuldade por parte da Secretaria de Saúde em manter o estoque de remédios. O marido dela sofre de asma desde criança. A dona de casa contou que, entre setembro e outubro deste ano, teve que recorrer aos filhos para conseguir comprar o medicamento em falta na Farmácia de Alto Custo.

“Cada um teve que dar um pouquinho porque o remédio custa R$ 98,00”, disse. Maria da Glória teme que a crise vivida pelo governo do Distrito Federal acabe por prejudicar ainda mais a distribuição de medicamentos de alto custo. “No lugar de colocarem mais remédios para a gente, estão roubando. Foi uma decepção muito grande."

O secretário de Saúde em exercício, Florêncio Figueiredo, afirmou na última quarta-feira (2) que os serviços de atendimento à população continuam “inalterados e garantidos” e que as mudanças no comando do órgão não vão interferir no funcionamento técnico e administrativo.

A aposentada Nilza Gomes foi ao local para pegar medicamentos para o filho que foi diagnosticado com esclerose múltipla aos 21 anos. Ela reclama que, além de ter que enfrentar a falta de medicamentos, a burocracia é grande para quem precisa receber com rapidez uma medicação.

Ao chegar hoje à Farmácia de Alto Custo, foi orientada a voltar ao hospital e buscar um novo pedido para o medicamento porque a receita que tinha em mãos havia expirado no último dia 30. “Passei 43 dias com minha mãe internada mas para eles isso não justifica”, disse.

Por conta de uma nova ida ao médico, Nilza terá que pegar mais dois ônibus e só deve conseguir o medicamento para o filho em um prazo de cinco a oito dias – tempo necessário para que o requerimento fique pronto. Como ela já sabe das dificuldades, mantém um estoque reserva do remédio em casa.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Saúde do DF, mas ainda não obteve resposta para a falta de medicamentos.

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