A coleção criada por John Galliano para sua própria marca foi apresentada neste domingo (6) na Semana de Moda de Paris em um luxuoso salão privado na ausência de seu criador. Galliano saiu de cena desde a divulgação de declarações antissemitas que fez contra um casal em um bar.

Muito aplaudido, o desfile da minicoleção desenhada pelo estilista para sua marca "John Galliano", que pertence em 90% à grife Dior, transcorreu em um clima bastante tranquilo, após a tempestade gerada pelas declarações do estilista, que provocaram sua demissão da Dior.

Cerca de 20 sofisticados modelos foram apresentados à compradores e jornalistas, que foram recebidos em sua chegada pelo presidente da Dior, Sidney Toledano. Na última sexta-feira (4), no desfile da Dior desenhado por Galliano, Toledano atacou as declarações "intoleráveis" feitas por quem foi o diretor artístico da empresa .

"Nos maus momentos, é preciso avançar", disse Toledano. "Estou aqui para apoiar as equipes" da grife, acrescentou o presidente da Dior antes da apresentação da coleção, desenhada pelo estilista britânico de 50 anos para o próximo outono-inverno.

Esta miniapresentação pôs fim a uma das mais frutíferas e bem-sucedidas colaborações na moda, que durou 15 anos, nas quais o talento e a visão de Galliano, cujos desfiles costumavam ser sempre acompanhados por um perfume, fez a grife ganhar milhões de dólares.

Enquanto isso, o estilista, antes adulado e agora um pária no mundo da moda, entrou, ao que parece, em tratamento de desintoxicação.

Galliano deverá comparecer ante a justiça francesa durante o segundo trimestre de 2011 para responder às acusações de "injúria racial", depois de ser preso na semana passada em um bar de Paris após um casal o acusar de fazer "insultos antissemitas" e racistas.

As portas da Dior se fecharam definitivamente para Galliano depois que um jornal britânico publicou um vídeo no qual o estilista declarava "Amo Hitler".