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Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Notícias | Carros & Motos

Vantagens de séries especiais trazem riscos para fabricantes e compradores

Repetindo a fórmula de 1982, 1994 e 2002, a Volkswagen relançou no mercado nacional em 2006 a série Copa do hatch Gol em alusão à Copa do Mundo de Futebol, na Alemanha. Mas a seleção brasileira foi eliminada nas quartas-de-final do torneio e a edição especial, que prometia ser mais um sucesso de vendas da marca no país, encalhou nas lojas.


“O campeonato ainda não tinha acabado e estávamos produzindo o modelo quando as vendas pararam”, afirma o gerente de Marketing de Produto da Volkswagen, Henrique Sampaio. “Reduzimos os preços e mesmo assim a comercialização foi difícil. Ninguém queria comprar o carro da Copa de um ano em que o Brasil perdeu.”

A fabricante usou a experiência e limitou a nova série Seleção - o nome, inclusive, mudou - a 3 mil unidades que, segundo estimativa da marca, devem ser vendidas até o início da competição, no dia 11 de junho. Tudo para não depender da atuação da equipe brasileira. “Se o Brasil for campeão poderemos pensar em uma reedição do modelo.”

De acordo com o diretor da consultoria ADK Automotive, Paulo Garbossa, apesar do apelo emocional, que pode ser favorável ou não à venda dos veículos, o consumidor deve escolher o modelo pelo o que ele é, e não pelo o que representa. “Com as série especiais, as montadoras visam a incrementar as vendas de um determinado modelo e oferecem mais acessórios por menos, por isso geralmente são um bom negócio”, diz Garbossa.

O Gol Seleção é equipado com motor 1.0, mas por R$ 33.790 traz acessórios semelhantes ao da versão Power (disponível apenas com motor 1.6, a partir de R$ 34.500), como rodas 14 polegadas, faróis de neblina, direção hidráulica e MP3 player com entradas auxiliares, Bluetooth, painel de instrumentos em dois tons. De exclusivo, há o emblema da seleção nos assentos dianteiros, na lateral e na traseira da carroceria. O modelo estreia ainda uma nova opção de cor azul, que imita o tom do uniforme brasileiro.

Outro exemplo é o Renault Sandero Vibe, que a parte de R$ 39.990, e sai de fábrica equipado com motor 1.6, ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, banco do motorista com regulagem de altura e MP3 Player com comando no volante. Visualmente, a edição se diferencia pelas rodas de liga-leve de 15 polegadas, bancos com costuras vermelhas e os puxadores das portas com a inscrição “Vibe”.

“O conjunto de rodas de liga-leve custariam, como opcional, cerca de R$ 1.500, e na série Vibe elas saem por R$ 600”, afirma o gerente de Marketing Produto da Renault do Brasil, André Bassetto. “Alguns itens da edição especial não são oferecidos para equipar o Sandero, mas é possível afirmar que todos os equipamentos somariam R$ 3.600 ao valor do carro, e eles são repassados por R$ 1.600.”

Essa será a segunda mudança do modelo. Antes de estrear o Vibe 2010, a Renault escutou a opinião dos concessionários e clientes e na reedição trocou a cor dos frisos laterais, que deixaram de ser cinza e passaram a ser em preto, e inseriu detalhes cromados no painel de instrumentos, substituindo o branco do modelo anterior. “Essa é a melhor clínica de mercado que as fabricantes de veículo podem fazer, porque testa o gosto do consumidor, antes que o produto seja colocado no mercado definitivamente”, afirma Garbossa.

O consultor alerta, no entanto, que mesmo que a lista de equipamentos seja atraente, a configuração do carro deve ser levada sempre em conta. “Nós tivemos exemplos de veículos no Brasil que por causa de uma cor ou um simples detalhe não agradaram ao público e se tornaram um mico no mercado”, diz. “O mais importante é que o consumidor opte por um carro que atenda as suas necessidades e não que seja só diferente, pois tem que pensar no tempo que vai ficar com o veículo.”
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