Olhar Direto

Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Carros & Motos

onda

Sudeste Asiático vira centro dos investimentos de montadoras

Essa seria a segunda onda de países emergentes"Stephan Keese, da Roland BergerAnúncios de construção de fábricas de veículos e lançamentos de modelos de sucesso em diversos países colocaram nos últimos meses o Sudeste Asiático em foco no mercado automobiliístico.

Essa seria a segunda onda de países emergentes"Stephan Keese, da Roland BergerAnúncios de construção de fábricas de veículos e lançamentos de modelos de sucesso em diversos países colocaram nos últimos meses o Sudeste Asiático em foco no mercado automobiliístico. A região faz parte do bloco econômico denominado Ásia-Pacífico.


Mercados como Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia devem ganhar força nos próximos anos. A projeção, divulgada pelas empresas de consultoria J.D. Power e Roland Berger, aponta crescimento de 54% da produção de veículos nessa região entre 2010 e 2017.

Já possuem operações nesses países as fabricantes BMW, Chery, Daimler, Geely, General Motors, Honda, Hyundai, Isuzu, Mitsubishi, PSA Peugeot Citroën, Renault-Nissan, Saic, Suzuki, Toyota, Volkswagen, Brilliance Jinbei, Changan Automobile, Dongfeng, Ford, GAZ, Hafei, Jianghuai Automotive, Mazda, Perodua, Proton, Ssang Yong, Tata e Beiqi Foton.

O que impulsiona tal crescimento e, consequentemente, seduz os investidores é um conjunto formado por mão de obra barata, estratégia logística, grande população e domínio da produção de utilitários esportivos (SUVs) e picapes. Isso significa não somente o desenvolvimento das montadoras como também a expansão de toda a cadeia de fornecimento e distribuição.

“Essa seria a segunda onda de países emergentes. Basicamente, estes países estão crescendo muito rápido. Os próximos dez anos serão bastante atrativos para investimentos nessa região”, afirma o diretor da Roland Berger, Stephan Keese.

Mão de obra barata
Como aconteceu com a China nos últimos dez anos, o principal incentivo é o baixo custo de produção. Aliás, países como a Indonésia já se tornam fortes concorrentes no quesito trabalhista. Ainda mais agora que a comunista China passa a enfrentar um fantasma com o qual nunca imaginou ter de lidar: as greves. A primeira paralisação em uma montadora no país aconteceu em junho em uma fábrica de autopeças da Honda e foi um movimento liderado pelos próprios funcionários.

Longas jornadas de trabalho, baixos salários e férias restritas deverão causar cada vez mais a estafa dos trabalhadores chineses. E é nessa hora que entra a força produtiva do Sudeste Asiático. “A China vai enfrentar o aumento do custo da mão de obra. Isso vai fazer com que aumente a oportunidade de instalação de fábricas ao redor da China. A população dessa região é muito grande”, explica o coordenador do MBA em gestão de negócios automotivos da Fundação Getúlio Vargas e ex-presidente da Ford do Brasil, Luis Carlos Mello.

Mesmo assim, na análise de Stephan Keese, as duas regiões caminharão de forma complementar, já que a China se especializou em carros compactos, enquanto países como a Indonésia investiram no desenvolvimento de picapes e utilitários esportivos. “China e Indonésia caminham paralelamente”, ilustra o diretor da Roland Berger.

Logística
A redução de custos com logística também é um ponto favorável da região. Além de abastecer o mercado chinês e até o japonês, os países do Sudeste Asiático se encontram em pontos favoráveis para exportar para o ainda tímido mercado do norte da África e Oceania. A japonesa Nissan, por exemplo, vai produzir seu modelo mais popular, o March (ou Micra) na Tailândia, entre outros países como México, Índia e China.

A fábrica tailandesa da Nissan está capacitada para produzir 90 mil unidades do modelo até março de 2011. Além do Japão, o March tailandês será exportado para outros países da Ásia – menos China e Indonésia – e Oceania.

“A logística vai se tornar cada vez mais importante, porque o mundo está cada vez menor. Será perfeitamente razoável reduzir o número de fábricas no mundo e investir em pontos onde o custo é melhor”, destaca Mello sobre a distribuição dos produtos.

Tal potencial também justifica o investimento da Ford de US$ 450 milhões para a construção de uma nova fábrica na cidade de Rayong, na Tailândia. A unidade abastecerá a demanda das regiões da África e Ásia-Pacífico. A produção começa em 2012, com a nova geração do Focus.

Crescimento populacional
Apesar do apelo exportador, o mercado interno da região tem forças para caminhar com as próprias pernas, sem depender das exportações. Tudo isso por conta de um grande crescimento populacional combinado a um baixo índice de habitantes por veículos (veja quadro abaixo). “São países que crescem e têm poucos automóveis por grupo de 100 mil habitantes”, avalia o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet