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Sábado, 20 de julho de 2024

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Primeiras impressões: Chery Face

A fabricante chinesa Chery ainda não emplacou no Brasil como queria. A expectativa da marca é atingir 10 mil unidades no país até o final de 2010, mas nos sete primeiros meses do ano vendeu apenas 3 mil modelos do utilitário-esportivo Tiggo e das versões hatch e sedã do Cielo, lançado em maio.


Para correr atrás da diferença e triplicar as vendas, a empresa aposta todas as suas forças no Face, compacto que mira um dos segmentos mais promissores do mercado nacional e que tem na liderança Volkswagen Fox, seguido por Ford Fiesta, Chevrolet Agile e Renault Sandero. O carro foi lançado oficialmente nesta sexta-feira (6), em Itu (SP), e o G1 avaliou.

Face Confira imagens de outros lançamentos e carros apresentados em agosto
Assim, como os demais modelos da fabricante chinesa, o principal apelo é o preço. Por R$ 31.900, o carro de entrada da marca, oferecido em uma única versão, sai de fábrica com motor 1.3 a gasolina, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), direção hidráulica, ar-condicionado, freios ABS com EBD, duplo air bag, faróis de neblina, regulagem de altura do farol, sensor de ré, CD MP3 Player e rodas de liga leve.

O compacto da Volkswagen, por exemplo, já parte de R$ 32.620 e chega a R$ 45.940, com todos os itens do Face que são oferecidos apenas como opcionais e na versão 1.6. O Sandero, apesar de ser o mais barato entre os concorrentes (parte de R$ 29.690), tem o preço elevado para R$ 41.490 na versão topo de linha, que traz configuração semelhante à do carro chinês.

O visual do Face, assinado pelo estúdio italiano Bertone, que é responsável pelo design de algumas marcas como Alfa Romeo, segue a linha dos concorrentes e apresenta maior altura em relação ao solo. O formato da carroceria contribui para a boa ergonomia do veículo, que é auxiliada pela posição elevada dos assentos dianteiros, apesar da ausência de regulagem de altura.

A alavanca do câmbio também é elevada e contribui para o conforto. Mas o que chama atenção no interior é o freio de mão, que foge do convencional com formato de uma espécie de ‘pá’ de areia. O motorista precisa apoiar a palma da mão no componente e, em vez de usar o dedão, utiliza os outros quatros dedos para apertar o dispositivo e liberar o carro.

Durante a avaliação, em um trecho de cerca de 20 km, o motor 1.3 de 84 cavalos de potência respondeu bem às pisadas no acelerador e demonstrou desempenho satisfatório para o peso do compacto, de 1.415 kg. O engate do câmbio manual de cinco velocidades tem relação de marchas curtas, o que contribui nas acelerações e retomadas de velocidade.

Em um trecho livre, foi possível atingir os 120 km/h sem muita dificuldade. Incomoda apenas o barulho do esforço do propulsor e a direção hidráulica leve demais, que exige um pouco mais de esforço do condutor, principalmente em altas velocidades, para manter a trajetória. A suspensão também passou um pouco do ponto e ficou macia demais. Ao passar por buracos, lombadas e desníveis do piso, os ocupantes sentem a trepidação e o balanço da carroceria.

Na cabine, o acabamento à primeira vista agrada, mas um olhar mais criterioso revela algumas imperfeições. O quadro de instrumentos, por exemplo, é moderno, com mostradores circulares saltados, tela central digital que reúne as informações do computador de bordo e iluminação em cor azul oceano. A cor está presente também no sistema de áudio e nos comandos do console central.


Tecido do revestimento é de qualidade inferior
(Foto: Divulgação)Mas algumas peças plásticas que compõem o conjunto, apesar de trazerem texturas e tons diferentes, são de aspecto pobre, com material mais duro, pouco sensível ao toque. O revestimento dos assentos em dois tons (cinza e amarelo) também passa uma boa impressão, mas é feito de tecido de menor qualidade e traz falhas na costura.

Feedback brasileiro
A Chery sabe que seu maior desafio será agradar o "exigente" mercado brasileiro e vê isso de forma positiva. “Acreditamos que o Brasil vá ajudar a marca a ser uma das mais conceituadas do mundo, pois todo esse feedback é enviado para China para que as sugestões de melhorias sejam analisadas pela matriz”, afirma Luis Curi, CEO da Chery no Brasil. “Já conseguimos que três solicitações fosse atendidas, não só para o país, mas também para todos os países em que a empresa está presente”.

A Chery vai aproveitar o Salão do Automóvel para apresentar mais cinco novos modelos, entre eles, o Tiggo automático, que começarão a ser vendidos no ano que vem. Em 2011, é aguardada a estreia do motor flex, que equipará o Face até o primeiro semestre do ano. A próxima novidade a ser anunciada é a instalação de uma fábrica da marca no país, processo que já está em andamento. Vontade e investimento não vão faltar para conquistar o Brasil.
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