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Sábado, 20 de julho de 2024

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Chery diz que vai trazer carros flex para o Brasil a partir de 2011

A chinesa Chery pretende que todos os veículos trazidos ao Brasil a partir do segundo semestre de 2011 sejam equipados com motores flex. Em entrevista à agência Reuters divulgada nesta terça-feira (5), o presidente da Chery no Brasil, Luis Curi, afirmou que a empresa contratou fornecedor no Brasil que desenvolveu dois motores do tipo bicombustível.


Esses motores serão fabricados na China e equiparão os carros que a Chery produzirá sua futura fábrica em Jacareí, SP, antes de uma eventual nacionalização que pode ocorrer quando o volume de vendas da marca ultrapassar as 170 mil unidades por ano. "Eles serão os primeiros motores bicombustível produzidos na China", disse Curi.

A Chery vende carros no Brasil há apenas um ano, mas já planeja um centro de pesquisa no país e quer ampliar seu foco também para o segmento de comerciais. Curi contou que viajou à China em meados de setembro para discutir com a Chery International o lançamento da linha de vans da marca no Brasil. "Se a linha de comerciais vier, a fábrica precisará de uma expansão, mas isso não será difícil porque ela é modular. Vamos importar primeiro para ver a aceitação do mercado", revelou.

O projeto de criação de um centro de pesquisa no Brasil é para 2012 a 2013. O local poderá abrigar pelo menos 100 engenheiros para desenvolver veículos voltados ao público sul-americano e ajudar nos estudos sobre uma eventual produção de motores no Brasil. Segundo o executivo, o centro exigiria um investimento de US$ 50 milhões a US$ 70 milhões.

Meta é atingir 3% do mercado até 2013
Depois de passar cinco anos em negociação para desembarcar no país em 2009, com o apoio do grupo brasileiro oriundo do setor de alimentação JLJ, a montadora tem pressa. A primeira empresa chinesa na indústria automobilística a instalar uma fábrica no Brasil quer ter 3% das vendas de veículos no mercado interno até o fim de 2013, ampliando em até quatro vezes a rede atual de 50 lojas para todos os estados do país.

"Estamos vivendo uma nova corrida ao mercado brasileiro, agora pelas marcas chinesas", afirmou Curi, na sede da empresa na cidade de Salto, a 100 km da capital paulista, onde o grupo JLJ tem operações. Antes de comandar a brasileira da Chery, o executivo trabalhou com as japonesas Mazda e Suzuki no país.

Segundo ele, o percentual de 3% é uma meta "bastante expressiva", dado que 80% do mercado brasileiro é dominado pelas tradicionais Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford. Sobram 20% para mais de uma dezena de marcas que chegaram ao país na década de 90.

Pelo ranking da associação de distribuidores de veículos, Fenabrave, a Chery ocupa no acumulado de janeiro a setembro a 18ª posição em vendas, com 0,15% de participação. Na faixa dos 3% estão as japonesas Honda e Toyota e a sul-coreana Hyundai.

A projeção da Chery é vender 10 mil veículos no Brasil em 2010 e 30 mil em 2011, todos importados, já que a fábrica que será instalada em Jacareí deve começar a produzir no final de 2013, a um ritmo de 50 mil unidades anuais.

Em comunicado divulgado no mês passado, a montadora afirmou que produzirá no Brasil os modelos S12, conhecido no país por Face, e o A13A, chamado de Fullwin 2, nas versão hatch e sedã. Este último será uma das atrações da marca no Salão de São Paulo, neste mês.

Foco nos compactos
O foco da marca são veículos compactos na faixa dos R$ 25 mil a R$ 35 mil, segmento responsável por mais da metade das vendas de veículos do Brasil. Para tentar superar eventuais receios do consumidor sobre a qualidade dos produtos chineses, a companhia está equipando seus veículos com itens como freios ABS e airbags, hoje vendidos como opcionais na maioria dos carros do país.

"A questão do estigma sobre a qualidade do produto chinês era preocupação no início, mas é a mesma dificuldade que os coreanos enfrentaram. Agora [eles] são vistos como sinônimo de qualidade", disse o CEO.

Além disso, a montadora tem intenção de nacionalizar o máximo possível de componentes de seus veículos, atraindo para seu complexo fornecedores que já produzem componentes para veículos de marcas rivais, afirmou Curi, sem citar nomes.

A Chery --com sede na cidade de Wuhu, província de Anhui-- está presente em 70 países e tem 15 fábricas, a maioria na Ásia, que empregam cerca de 22 mil funcionários. A fábrica no Brasil será a primeira de grande porte da marca nas Américas. A montadora chinesa tem uma unidade de montagem do Uruguai em parceira com um grupo argentino.

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