No Paraná, a energia elétrica está sendo usada em um projeto que une tecnologia e preocupação com o meio ambiente.

Nenhuma outra usina no mundo produz tanta energia. A hidrelétrica de Itaipu tem 20 turbinas, cada uma capaz de abastecer uma cidade do tamanho de Curitiba.

Não podia haver lugar melhor para se testar um carro movido a eletricidade. A maior linha de montagem de veículos elétricos do Brasil funciona dentro de Itaipu. É um projeto pioneiro no país.

A produção não é em larga escala. Na verdade, o trabalho é quase artesanal. Mesmo assim, 50 unidades já foram montadas.

Os modelos viraram atração entre os motoristas da empresa. Eles são os pilotos de teste. José de Oliveira, 32 anos de profissão, só estranhou o barulho, que o carro não faz.

“Porque, de repente, a gente acha que ele não está funcionando, a gente vê pelo painel só que está funcionando”, contou ele.

Seu Vilson também está testando a frota elétrica e não tem medo de ficar na mão. “Não, nunca! Afinal, nós estamos na maior usina do mundo”, disse.

São 120 pontos de abastecimento espalhados por Itaipu. Cada um com uma tomada de energia que recarrega a bateria do carro. A carga de oito horas permite que o veículo rode cem quilômetros.

A tecnologia é aplicada em outros modelos: bicicletas elétricas, carrinhos, ônibus e até caminhões circulam pela região sem gerar qualquer tipo de poluição.

O projeto avançou pelos portões. Na cidade de Foz do Iguaçu, tem agente ambiental recolhendo material reciclável com carrinho movido a eletricidade.

“A vantagem dele é que não cansa, vai embora. E a vantagem também é que vem bastante material”, disse o agente ambiental Valmir Ferreira.

Em Curitiba, quem chega ao aeroporto pode usar o táxi elétrico, que também nasceu de projeto desenvolvido em Itaipu.

O desafio, agora, é baratear o custo dos modelos, tornando os veículos elétricos também populares.

“O fator mais importante é a gente poder ter os componentes, a indústria brasileira produzir os componentes no Brasil, usando nossa mão de obra, usando a nossa tecnologia. Ou acho que esse é o grande foco. Coisa de cinco anos aí, a gente acredita que isso possa estar circulando pelas ruas, junto com os outros veículos”, declarou o coordenador do projeto carro elétrico, Celso Novaes.