A Renault confirmou nesta quinta-feira (6) que suspendeu três diretores por suspeita de vazamento de segredos sobre novos modelos de veículos elétricos, a grande aposta da fabricante francesa de carros para os próximos anos. O diretor jurídico da multinacional, Christian Husson, afirmou que o assunto é "muito grave" por ameaçar "ativos estratégicos".

"Para a Renault, são fatos muito graves que envolvem pessoas em posições particularmente estratégicas na empresa", destacou Husson. Ao explicar a suspensão dos três executivos, o diretor jurídico ressaltou que se trata de uma decisão preventiva, “no sentido de proteger, sem demora, os ativos estratégicos, intelectuais e tecnológicos de nossa empresa", disse Husson.

O caso se tornou público nesta quarta-feira (5), quando fontes ligadas à empresa afirmaram que os três funcionários suspensos lideraram projetos de veículos elétricos e um era um membro do comitê de gestão da empresa. Eles foram obrigados a deixar seus cargos na segunda-feira.

A Renault pretende produzir carros elétricos em massa para o mercado em geral, um movimento estratégico para os próximos anos, enquanto as montadoras enfrentam a demanda por meios de transporte menos prejudiciais ao meio ambiente e mais econômicos.

A fabricante francesa quer lançar as versões elétricas de seus modelos Fluence, avaliado em cerca de 25 mil euros (US$ 34 mil), Kangoo Express, por cerca de 20 mil euros, na metade de 2011, e de seus modelos menores Twizy e Zoe no final de 2011 e em 2012.

A empresa prevê que carros elétricos ocuparão 10% do mercado em 2020. Junto com seu parceiro japonês Nissan, está investindo 200 milhões de euros por ano no programa.

A Nissan já lançou um carro totalmente elétrico para o mercado de massa, o Leaf, no Japão e nos Estados Unidos.