A ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, divulgou carta nesta sexta-feira (13) criticando a decisão do ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre o aumento das barreiras de importação para veículos. De acordo com ela, faltou diálogo entre os dois países para obtenção de uma solução melhor.

O governo brasileiro determinou na quinta-feira (12) que a partir de agora as importadoras de veículos deverão solicitar uma licença prévia para a liberação de guias, o que até então ocorria de forma automática. A posição do MDIC, no entanto, respeita as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbe que tal medida seja adotada para um país especificamente.

De acordo com Débora, a determinação do governo brasileiro não se justifica, já que, segundo ela, o déficit comercial argentino em relação ao Brasil cresce desde 2003 – ao final do ano, ele deve ser de aproximadamente US$ 6 bilhões.

Ela aproveitou para exaltar as barreiras adotadas pelo governo argentino aos produtos brasileiros. "Em primeiro lugar, quero enfatizar que as medidas que o governo argentino tomou e pode tomar, seja de defesa comercial, de monitoramento de comércio ou de investigações aduaneiras, se enquadram em um conjunto de acordos da OMC e não são destinadas a nenhum país em particular, muito menos ao Brasil, à quem consideramos um sócio estratégico", diz a nota.

Giorgi também cobrou do Brasil disposição para adotar medidas que visem diminuir o desequilíbrio comercial entre os dois países.

Em resposta, Pimentel, também por meio de carta, declarou a tarde desta sexta que um acordo neste sentido foi fechado entre os dois países durante encontro realizado na Argentina. Ele aproveitou para se colocar à disposição do governo argentino para discutir assuntos bilaterais. “Reitero o interesse e a disposição do Brasil em tratar todos os temas de interesse de ambas as partes.”