Quem precisa comprar ou vender carro costuma circular pelas feiras de automóveis montadas em vários pontos da Grande São Paulo, onde passam cerca de 7 mil veículos por semana. Entretanto, é preciso ficar atento aos golpistas que tentam se aproveitar da boa-fé de quem deseja fechar um negócio.
“A vantagem da feira é que tem mais oportunidade de verem o seu carro”, explica a dona de casa Rosimeire Franzoloso. Mas a garantia de um bom negócio não está só no motor regulado e na lataria impecável. “Já tentaram me passar um cheque roubado”, conta o comerciante Weber Schinzari.
“Tem que tomar cuidado com tudo, procurar um despachante, fazer levantamento. Aí pode fazer uma compra segura”, alerta o aposentado Joel Cardoso. Cada participante recebe um papel para escrever a oferta. No verso tem as dicas para evitar golpes.
Os organizadores de feiras orientam que as pessoas acertem a compra ou a venda no evento, mas que o negócio só seja fechado mesmo num dia útil, de preferência, no banco. “Faz a transferência que é a TED , um cheque administrativo e depois de compensado em conta", orienta o organizador Eduardo Ribeiro dos Santos. Ele recomenda que a transferência só seja feita no cartório após o dinheiro estar efetivamente em conta.
Golpe
Quando essas recomendações não são seguidas, o prejuízo pode ser grande. Foi o que aconteceu com um rapaz que não quis se identificar. “Passei o número da conta, fiquei esperando o dinheiro cair, nessa aí fui consultar a conta estava o valor vinculado, veio com essa história que era cheque administrativo, ia cair no fim do dia.”
Imagens foram feitas pela câmera de segurança de um prédio pouco depois que o rapaz saiu do banco com o suposto comprador - um golpista que acabou o convencendo a entregar o carro antes de os R$ 32.800 caírem na conta. “O cheque voltou como roubado. Aí levou o carro e já era.”
A transferência não foi feita. O rapaz com ficou com o documento, e o golpista levou cinco anos de economia da família. “A gente tem salário baixo, esse carro era um sonho e foi onde foi embora o sonho.”
Outras orientações
“O cliente precisa ter cautela na hora da compra/venda, verificar os dados do veículo, levar um mecânico para dar uma analisada nos agregados do veículo (número do chassi, motor) para saber se são originais”, explica o delegado Adilson Aquino, titular da delegacia de roubo e furto de veículos do DEIC.
A entrega do veículo só deve ser feita após o dinheiro ser compensado. “Já houve caso de pessoas que se intitulam empregadas de certas montadoras oferecendo carro no valor abaixo do mercado. A pessoa faz o depósito e quando vai receber o carro ela se dá conta de que se trata um golpe”, completa o delegado.