A Secretaria de Transportes do Distrito Federal e oito empresas oferecem cursos de boas maneiras para motoristas e cobradores de ônibus. De acordo com a secretaria, a maioria das reclamações dos passageiros é relacionada aos diretos dos idosos. A ouvidoria do DFTrans também recebe denúncias sobre a falta de paciência de motoristas em esperar passageiros idosos entrarem nos ônibus e sentar.

O diretor de recursos humanos Fernando Eloia, de uma empresa de transporte público do DF, disse que a empresa tinha em média 60 reclamações ao dia. “Hoje, após três anos de curso, reduzimos para 10 a 12 diariamente”. Em relação aos idosos, a empresa recebe duas reclamações por mês, afirmou.

Há três anos a dona de casa Roseli Mazete se machucou ao descer de um ônibus. “Uma vez, eu ia viajando dependurada. Quando fui descer, o motorista não esperou, eu caí e quebrei meu pé”, contou.

O engenheiro agrônomo Paulo César Mendes disse que os funcionários não têm paciência com os passageiros. “O estresse e as condições de trabalho fazem com que eles descontem nos passageiros”, disse.

Mas há quem afirme que o desrespeito muitas vezes parte dos passageiros. “Não respeitam idosos, gestantes e mulheres com crianças. Normalmente, entre os cobradores e motoristas, têm um respeito maior, mas os passageiros, não”, declarou o aposentado Antônio Matias de Almeida, de 75 anos.

Almeida disse que já viu diversas vezes outros passageiros não respeitarem o assento preferencial e que nem sempre o cobrador e o motorista ajudam. “É culpa de uma turma nova que nunca teve educação, nem respeito ou carinho pelo próximo.”

Para o motorista de transporte público Antônio Menezes é importante ser receptivo com os passageiros. “O motorista faz o passageiro. A partir do momento em que você é receptivo com ele, isso se torna recíproco. Mesmo que você não o conheça, um olhar ou um gesto já cativa o passageiro”, declarou.