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Domingo, 21 de julho de 2024

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Apenas 2% de peças velhas de automóveis são reaproveitados

Quem leva para casa uma peça velha quando o carro volta da oficina? Esse material deixado nas oficinas e ferros-velhos pode ser um problemão.

Quem leva para casa uma peça velha quando o carro volta da oficina? Esse material deixado nas oficinas e ferros-velhos pode ser um problemão. Quem nunca viu uma peça de carro velha jogada num terreno baldio ou em um lixão?


Hoje não existe uma legislação voltada para o reaproveitamento desse material, apesar de a frota automotiva, só em São Paulo, já estar próxima dos sete milhões de veículos. Hoje apenas 2% desse lixo são reciclados no país.

Um barulho insuportável levou o carro do tecnólogo João Grego até a oficina. O mecânico deu o diagnóstico: o escapamento apodreceu e foi trocado. A peça antiga é do cliente, mas ninguém quer saber de levar o lixo para casa. “Nunca levei. Às vezes, a oficina nem dá a opção. A gente termina a troca e nem vê a peça”, comenta o tecnólogo.

Quase sempre a sucata vira problema da oficina mecânica. Existe legislação para a reciclagem de óleo, mas sobram os escapamentos e carburadores. Quem sabe onde vão parar todas essas peças? Só 2% do lixo das oficinas do país são reaproveitados. O resto acaba sem destino certo.

Não há lei no Brasil que determine a reciclagem das peças, como acontece na Europa e nos Estados Unidos. Para Nelson Pereira dos Reis, diretor de meio ambiente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), esse é um problema sério.

“As peças nas mãos do sucateiro acabam se deteriorando e causando problemas com o meio ambiente, porque são metais que acabam se oxidando. Essas peças contêm muitas vezes materiais contaminantes. Então, há contaminação ambiental e também causam problemas para a saúde pública”, alertou Nelson Pereira dos Reis, diretor de meio ambiente da Fiesp.

Ações isoladas da iniciativa privada dão o exemplo. Uma oficina cansou de amontoar lixo. “Nós na empresa decidimos ter tambores e lugares específicos para cada tipo de produto retirado dos veículos dos clientes para dar a destinação correta para esse material”, disse o gerente comercial Fabrício Costa.

A mercadoria é levada pra uma empresa em Campinas, onde a especialidade é dar nova vida ao ferro-velho. “A bateria é destinada para o próprio fabricante e transformada em matéria-prima para eles mesmos fabricarem a bateria. O disco de freio, que é um ferro fundido, também é transformado em matéria-prima para a própria fábrica do disco de freio. Ferro-velho, em geral, é siderúrgica. Hoje são só alguns resíduos. É pouco que não tem essa reciclagem de reutilização”, explica Marcelo Alvarenga, diretor de operações da empresa.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo informou que uma comissão foi criada para elaborar diretrizes para a coleta e reciclagem desse tipo de lixo. Essa é uma discussão que está só começando, apesar de a frota de veículos não parar de crescer no país.
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