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Domingo, 21 de julho de 2024

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Fenabrave reclama de vendas de veículos feitas por locadoras

A Federação Nacional da Distribuição de Veículo Automotores (Fenabrave) tem criticado fortemente a postura das montadoras ao investir na venda de carros para locadoras que, por sua vez...

A Federação Nacional da Distribuição de Veículo Automotores (Fenabrave) tem criticado fortemente a postura das montadoras ao investir na venda de carros para locadoras que, por sua vez, comercializam os veículos como seminovos a consumidores comuns. Isso porque as pessoas jurídicas não arcam com encargos como PIS/Cofins, ICMS e ISS.


Com a vantagem de preços, a Fenabrave alega que as locadoras criaram um canal paralelo de vendas, sem garantir ao cliente serviços prestados pelas concessionárias autorizadas. "A margem de lucro deles é de 25% a 35%. Elas ficam 7 meses com o carro e vendem. Não há regulamentação nenhuma para isso", protesta o presidente da entidade, Sergio Reze. "As montadoras aproveitam isso para aumentar a participação de vendas."

Em resposta, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), João Claudio Burg, afirma que as locadoras são clientes das próprias concessionárias e, por isso, não há motivos para a Fenabrave reclamar. “Nenhuma locadora, ninguém compra veículo direto com montadora. A compra é feita por meio de concessionárias”, destaca Burg.

O presidente-executivo da Abla diz ainda que a venda dos carros usados em locação é feita para concessionárias, em geral. “Em paralelo, algumas usam lojas multimarcas ou leilões. Apenas quatro a cinco grandes locadoras possuem lojas próprias (vendem inclusive para pessoa física), para dar vazão a volumes como 10 mil veículos de uma vez”, explica. A Abla representa 1,2 mil locadoras e, no total, considera que existam 2 mil empresas de locação de veículos no país.

Burg nega a informação da Fenabrave de que a margem de lucro das locadoras na venda dos carros gire em torno de 30%. “Não existe isso. A locadora tem que pagar o financiamento do carro, a manutenção e tem ainda a depreciação do veículo. A cada ano o veículo se deprecia 20% a 25%, mesmo os japoneses.”

Segundo a Abla, a frota total de veículos de aluguel é de 420 mil no país e que, por ano, 330 mil a 340 mil carros novos são comprados. A atuação das locadoras se dividem em terceirização de frota (56% do total) e locações diárias (44%, sendo que, dessa fatia, metade é para turismo empresarial e a outra para turismo de lazer).

Na terceirização de frota, os contratos duram, em média, 24 meses, segundo ele. Em geral, quando renovados, incluem a troca dos carros por outros 0 km. No caso de locação diária, a média de troca de veículos é de 15 meses.

De acordo com dados da Fenabrave divulgados na semana passada, as vendas diretas de Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford de automóveis e comerciais leves neste ano para frotistas foram de 449.265 unidades. Já as vendas das montadoras para concessionárias foram de 201.077. Isso significa que 33,21% do mercado total está concentrado em vendas a pessoas jurídicas.

No mesmo período de 2010, foram 474.284 vendas diretas a pessoas jurídicas e 190.606 a pessoas físicas, ainda segundo a federação de lojistas. Os emplacamentos para frotistas representavam, na época, 27,14% do mercado geral. "Nós não conseguimos concorrer com estes carros por causa dos descontos dos impostos. O fisco deixa de arrecadar e o consumidor não tem as mesmas garantias", argumenta Reze.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que a entidade não têm envolvimento com a questão. "Este é um assunto de fundo comercial, é algo que as marcas têm que discutir com sua rede de concessionárias, não é um aspecto do setor (automobilístico)", afirma o diretor de relações institucionais da Anfavea, Ademar Cantero.
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