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Domingo, 21 de julho de 2024

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'quadradão'

Hit no Japão, carro 'quadradão' se adapta e sobrevive há décadas

Carros com linhas quadradas ainda são exceção no Brasil, onde as formas do Kia Soul e do Fiat Uno ainda geram discussões apaixonadas. Mas, no Japão, eles passariam talvez em branco.

Foto: (Foto:Divulgação)

Hit no Japão, carro 'quadradão' se adapta e sobrevive há décadas
Carros com linhas quadradas ainda são exceção no Brasil, onde as formas do Kia Soul e do Fiat Uno ainda geram discussões apaixonadas. Mas, no Japão, eles passariam talvez em branco. O carro “caixote” é figura carimbada em ruas de grandes e de pequenas cidades. E nada de cantinho arredondado: alguns veículos parecem terem sido desenhados com régua.


Essas linhas são comuns em muitos dos chamados “kei cars”, os compactos japoneses que menos pagam taxas e atendem a um público bastante específico: por isso mesmo não costumam ser exportados. É considerado “kei car” um veículo com motor de até 660 cilindradas, 3,4 m de comprimento e 1,48 m de largura, segundo a resolução na lei japonesa atualizada em 1998, que aumentou as medidas aceitas e acrescentou 110 cc ao limite de motorização.

Nem todo “kei car” é quadradão –existem até os que têm forma de carro esportivo, conversível-, mas as linhas retas predominam. Questão de gosto? Não, de necessidade, diz Hideyu Honda, designer da Daihatsu, empresa que faz parte da Toyota e é famosa pela fabricação de minicarros. No Salão de Tóquio, ela exibe 2 modelos bem futuristas, um deles desenhado por Honda, mas boa parte do estande é dedicada a “carros-caixote”.

“Os ‘kei cars’ são pequenos porque aqui no Japão não há muito espaço. Porém, o consumidor quer um carro pequeno, mas com bastante espaço interno, daí a forma quadrada, para aproveitar ao máximo o interior do veículo”, explica o designer.

A Suzuki também espalhou diversos modelos quadrados em seu estande, apesar de destacar outros 3 com desenhos mais modernos e bem mais ousados. Mas o campeão de vendas da marca -e entre os "kei cars"- não foge à regra. É o Wagon R, que atende tanto a fins comerciais quanto a famílias.

O modelo lançado em 1993 foi um dos primeiros a adotar a traseira praticamente reta e o teto mais alto, ou seja, "era um carro de passeio e van, meio a meio", descreve o diretor-assistente de vendas e planejamento global da Suzuki, Takuma Mizuyoshi. O Wagon está agora em sua 4ª geração e o sucesso continua.

Segundo Mizuyoshi, no atual ano fiscal, que termina em março de 2012, já foram vendidas 176 mil unidades do modelo no Japão. Mas a montadora agora tenta mudar a imagem para esse tipo de veículo, tentando deixá-lo menos associado a um comercial leve.

Sem perder as linhas retas, o veículo foi evoluindo “para atender aos pedidos dos consumidores que queriam, por exemplo, diferentes combinações para o uso dos bancos”, explica o diretor. "Os clientes querem um veículo para 4 passageiros e com espaço para bagagem."

Para o jovem Honda, cuja função na Daihatsu é imaginar o futuro, os "kei car" terão vida longa no Japão. E continuarão se adaptando a novas necessidades, diz ele, em frente a um dos conceitos futuristas do estande, de uma van absolutamente quadrada. O designer, porém, destoa de muitos de seus conterrâneos: o carro que ocupa sua garagem é um Alfa Romeo.

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