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Domingo, 21 de julho de 2024

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Brasil vai rever acordo automotivo com o México, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou nesta sexta-feira (3) que o país vai rever o acordo automotivo que mantem com o México. Para o ministro, da forma como é hoje o acordo é "desequilibrado contra o Brasil". Em validade desde 2002, o acordo isenta veículos da taxa de importação de até 35%, cobrada sobre carros de fora do México e do Mercosul.


O presidente do México, Felipe Calderón, telefonou nesta tarde para a presidente Dilma Rousseff. Segundo informou Pimentel, o mexicano demonstrou "enorme interesse" do México em manter o acordo. "Nessa conversa ficou acertado que vamos abrir, vamos começar um processo de negociação dos termos do acordo com o México já na semana que vem", disse o ministro. Calderón demonstrou "abertura" em negociar. "No momento atual, o acordo, de fato, é desequilibrado contra o Brasil. O presidente Calderón entendeu as razões que a presidenta expos".

Pelo acordo, os carros mexicanos ficam isentos do imposto quando agregam ao menos 30% de conteúdo nacional. O mesmo vale para carros brasileiros exportados para o México. Dentre as exigências que o Brasil tentará negociar está uma maior participação do conteúdo regional na produção dos veículos e estender o benefício para caminhões e utilitários.

"Nós queremos aumentar o conteúdo regional na produção dos veículos, tanto no México quanto no Brasil e ampliar o escopo do acordo de forma que ele não seja apenas para automóvel de passeio como é hoje e inclua também caminhões, utilitários, o que poderia melhorar o saldo, que hoje é totalmente negativo contra o Brasil", afirmou Pimentel.

Ruptura do acordo Pimentel disse que o governo brasileiro chegou a colocar como "alternativa" a utilização de uma cláusula de saída do acordo, o que, na prática, significaria uma ruptura.

"O que existe é uma cláusula de saída, que está prevista no acordo, que pode ser utilizada caso o acordo deixe de ser interessante. O que nós apontamos como uma possibilidade foi a utilização da cláusula de saída", disse.

Anfavea O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse nesta sexta-feira (3), após reunião com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que o acordo automotivo com o México é importante para o país. "Confirmamos a necessidade de manter esse acordo. O acordo não tem data prevista para terminar. O que existe é um processo dentro do governo de reavaliação do acordo, mas não tem nada definido ainda", declarou ele, explicando que existe, atualmente, um déficit comercial do Brasil com o México no setor de veículos.

Segundo Belini, a indústria automobilística disse que aceita alterações no acordo existente. "Aceitamos alterações. Podemos discutir. Mas ainda não entramos em detalhes", afirmou. Ele lembrou que, atualmente, caminhões, ônibus e utilitários não estão no acordo automotivo com o México. "Mas já vimos movimento do lado do México de conversar sobre isso. Isso poderia ajudar o Brasil", disse Belini.

Questionado sobre a sinalização do presidente mexicano, Felipe Calderón, de que aceitaria negociar com o governo brasileiro, ele mostrou entusiasmo. "Isso é ótimo. É um passo importante que a gente vê com bons olhos. A gente vê que esse é o caminho", concluiu.
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