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Domingo, 07 de julho de 2024

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Primeiras impressões: Toyota Etios Hatch XS 1.3 e Sedan XLS 1.5

Foto: (Foto: Teylor Soares/G1)

Etios tem estilo diferenciado, o que aumenta opção na categoria

Etios tem estilo diferenciado, o que aumenta opção na categoria

Entrar no mundo dos compactos não é uma tarefa tão fácil para quem estava acostumado a lidar com o segmento bem definido de clientes de sedãs médios e grandes. Porém, a Toyota precisou encarar o desafio para ganhar espaço no mundo dos emergentes — tendo em vista que o mercado norte-americano anda sensível, a Europa continua em crise e o Japão não está tão forte como em outros tempos. Diferentemente das concorrentes asiáticas Hyundai e Nissan, que investiram essencialmente em bons pacotes de itens de série, a japonesa lança o novo Etios tendo como principal apelo o seu sobrenome: Toyota.


A expressão "é um Toyota" foi exaustivamente repetida durante todo o trabalho de apresentação do carro pelos executivos da montadora, que começou, no Brasil, em agosto. O Etios ganhou uma fábrica moderna em Sorocaba (São Paulo), o emblema da marca, um power train japonês (a produção nacional de motor e transmissão começa apenas em 2015) e um design... bom, um desenho longe da chamativa modernidade do HB20.

Tudo bem, a Hyundai sempre assumiu o amor por enfeitar o pavão, com carros tão carregados em linhas que chegam a pesar os olhos, mas a fórmula sul-coreana vende. Assim, o design do Etios pode ser colocado próximo à excentricidade do March e um pouco provocador a quem sempre pensou em carro “popular” tendo Gol e Palio na cabeça. Mas sem dúvida, se for considerar o quesito design, o que o Brasil tem hoje no segmento de compactos é uma positiva gama bem variada de estilos.

Toyota aprende com chinês
Voltando ao sobrenome do Etios, esse apelo virou uma faca de dois gumes — entrar em um Etios está muito longe da sensação de sentar no banco de um Corolla. O compacto foi desenvolvido para ser um carro popular global, com o famoso argumento de que cada mercado modifica o que deve para atender seu público. Estreou, inicialmente, na Índia, onde trocar seu Tata Nano por um Etios é uma ascensão brutal em acabamento, tecnologia e segurança.

No entanto, no Brasil, o mercado já está bem à frente do indiano em maturidade. Com o aumento da renda, o brasileiro não aceita mais modelos com acabamento pobre, mesmo a preços menores. Vide as chinesas, que não se popularizaram no país e hoje são consideradas um nicho de mercado.

No entanto, para ter um carro que parta de R$ 29.990 — a versão de entrada tem apenas duplo airbag frontal de série —, o Etios abdicou do capricho, como o G1 já tinha verificado durante a apresentação estática do carro, em agosto. O modelo leva materiais bem simples, com rebarbas, encaixes com vãos visíveis, parafuso no porta-treco escondido por “tapetinho”, entre outros detalhes.

Os encaixes são tão simples e sem complexidade que qualquer um pode desmontar o painel inteiro com a mão. A reportagem do G1 conseguiu “destacar” a parte de cima do painel e a máscara frontal, por exemplo, sem esforço. Obviamente, ninguém vai brincar de "Lego" com o carro, mas ilustra bem o nível do acabamento e ajuda a aumentar o ruído interno do carro.

Painel, inclusive, que carrega as indicações de rotação, velocidade e hodômetro bem na parte central. Para o motorista checar tais informações sobre o carro, ele desvia completamente o olhar da pista.

Impressões ao dirigir
Da opção hatch, o G1 testou a versão XS (motor 1.3), que sai por a partir de R$ 38.790. Na opção sedã, o modelo avaliado foi a topo de linha XLS (motor 1.5), que parte de R$ 44.690. Confira aqui todos os preços e versões. O percurso de mais de cerca de 250 quilômetros pelo interior paulista, incluiu estradas e trechos urbanos.

A decepção do acabamento interno (de qualquer uma das duas versões) para quem tem e para que não tem em mente um Corolla, é complementada por dois “detalhes” do carro percebidos logo que se acomoda ao volante: o banco é ergonomicamente desconfortável e não tem ajuste de altura (apenas de encosto), e não há a opção de ajuste elétrico dos retrovisores — é preciso dar aquela boa e velha esticada de braço e tronco para acertar o posicionamento do espelho ou pedir ao amigo ao lado que o faça.

Ao abrir o porta-luvas vem a segunda surpresa. Ele até é espaçoso, porém , a tampa abre sobre os joelhos do passageiro e possui um estranho buraco, por onde dá pra passar uma mão: o recorte redondo é feito para acomodar a saída de ar do lado direito quando a tampa está fechada. E como a saída fica dentro do porta-luvas, a Toyota inventou uma ventilação interna no compartimento, simplesmente abrindo uma saída lateral no tubo de ar. Outro detalhe de torcer o nariz é o aspecto bem simples e frágil do rádio.

Desempenho de um Toyota
Entre os pilares apontados pela montadora como características do Etios estão dirigibilidade e segurança. Aspectos que o carro carrega mesmo como qualidades - embora a localização do painel de instrumentos não seja tão segura assim. A versão de entrada leva airbags frontais e as outras vêm ainda com freios ABS com EBD, fora os alertas de uso de cinto de segurança que apitam sem parar se o carro está em movimento e alguém não afivelou a proteção.

Sobre o desempenho, tanto o motor 1.3, que desenvolve 84/90 cavalos de potência (gasolina/etanol) e 11,9/12,8 kgfm de torque, quanto o 1.5, com 92/96,5 cv de potência e 13,9 kgfm de torque, cumprem o papel de fazer o pequeno Toyota rodar sem sacrifício, o que foi bem observado nas estradas por onde o teste passou. O motor se comportou bem em retomadas, ultrapassagens e aceleração. O câmbio, bem macio, fecha o conjunto positivamente. As trocas são precisas e muito confortáveis.

O que estraga as acelerações do Etios são suspensão e isolamento acústico. De acordo com a Toyota, a suspensão foi ajustada para o mercado brasileiro, mas isso a deixou extremamente mole. A fórmula pode até trazer sensação de conforto para o motorista que usa o carro na cidade na maior parte do tempo, porém a estabilidade do carro foi comprometida. O Etios é “mole” demais. O carro não cola no chão nas curvas e, em altas velocidades, balança significativamente. Passados os 120 km/h já é sentida trepidação no volante.

Sobre o isolamento acústico, o que se ouve nem é o barulho do motor, bem isolado, mas sim o túnel de vento. Na estrada, quando isso fica bem nítido, acelerar, conversar e ouvir música é algo incômodo de fazer com tamanho ruído.

Conclusão
Sobre os preços, no caso do hatch quem tem as duas opções de motorização, vale a pena comprar o 1.3 ou o 1.5? Embora o 1.5 ganhe em potência e torque, a diferença não é tanta para o 1.3, que é um bom motor. No entanto, a opção com mais itens de série só tem com motor 1.5 e o conjunto da obra sai por um preço que não compensa o custo-benefício. Assim, a versão testada XS ainda é a melhor opção dentro da gama.

No caso do sedã, todos são 1.5, e a versão intermediária também mostrou ser a melhor proposta da gama Etios, pois só perde da topo de linha faróis de neblina, rodas de liga leve, acabamento cromado nos difusores de ar, maçaneta na cor prata, travamento das portas por controle remoto e sistema de alarme.

O Etios brasileiro é um carro de coração japonês, com cara de modelo chinês, feito para indiano e que concorre com sul-coreano. Mas a estratégia de apelar para o sobrenome Toyota e ser o carro jovem, do filho do dono de um Corolla, tem tudo para dar certo, por causa justamente do powertrain e da fama da marca. Pena que não dá para dirigir com os olhos fechados.

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