Apesar de manter o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos em um patamar menor do que a alíquota "normal", o governo federal anunciou nesta quarta-feira (19) que haverá uma recomposição gradual da alíquota no primeiro semestre do ano que vem, retomando o IPI "cheio" no segundo semestre de 2013.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, informou que sua expectativa era de que fosse mantida a redução integral do tributo. "Haverá impacto nos preços a partir de janeiro (...) Mas poderemos continuar com demanda aquecida", declarou ele, acrescentando que sua previsão é de um crescimento das vendas de automóveis de 4% em 2013, e de 7% para caminhões (que permanecerá com redução integral de IPI).
Questionado se seria possível manter o nível de emprego no setor com a nova configuração do IPI, anunciada hoje pelo governo para o primeiro semestre do ano que vem, ele disse acreditar que não será preciso demitir.
Segundo ele, não foi fechado, porém, um compromisso com o governo para que não haja demissões. "Não foi discutido isso", declarou.
Automóveis
Para os automóveis, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o IPI, apesar de ser mais baixo do que era antes da desoneração, começará a subir a partir de janeiro do ano que vem. Para carros populares (até 1.0), por exemplo, a alíquota "normal" é de 7% e caiu para zero. Em janeiro, passará para 2% e, de abril a junho, será de 3,5%.
Para carros com motores de 1.0 a 2.0 (flex), a aliquota normal é de 11%. Estava, até o momento, em 5,5%. De janeiro a março de 2013, será de 7% e, entre abril e junho, subirá para 9%. Para carros à gasolina, 1.0 a 2.0, a alíquota normal é de 13% e tinha caído para 6,5% com a desoneração. Entre janeiro e março, será de 8% e, de abril a junho, subirá para 10%.
Para utilitários, a alíquota normal de IPI é de 8%. Com a desoneração, estava em 1%. Entre janeiro a março, será de 2% e, de abril a junho, passará para 3%. No caso de caminhões, entretanto, a alíquota era de 5%, passou para zero e assim permanecerá permanentemente. Para automóveis e utilitários, a alíquota "normal" será retomada em julho do próximo ano, disse Mantega.
